O "Espiritismo" brasileiro acredita que os "médiuns" são pessoas sobre-humanas, de elevada moral e inquestionável intelecto. Claro que isso é mero dogma, contestável por fatos reais. Mas como dogma, é confortável acreditar nele, por mais absurdo e sem sentido que seja.
Mas certas situações colocam "médiuns" como Chico Xavier e Divaldo Franco em uma sinuca de bico. Escândalos que de um lado confrontam a moral dos "médiuns", de outro colocam à prova a sua capacidade de prever fatos que são ocultos para os seres humanos mortais.
São situações que colocam os "médiuns" na seguinte questão: ao apoiarem escândalos, se sabem dos escândalos, são cúmplices; se não sabem, não são "médiuns" coisa nenhuma.
Divaldo Franco e a farinata: se sabia, foi cúmplice; se não sabia, não foi "médium"
Lembram da farinata que o empresário ultraliberal João Dória lançou em um evento organizado por Divaldo Franco, aquele que Herculano Pires definiu como impostor. A mesma farinata feita com restos de comida e que possivelmente foi a causa de mortes em uma instituição pioneira no uso deste tipo de alimento?
Divaldo não sabia que o tal alimento era, para ser otimista, no mínimo indigno? Como "médium superpoderoso" não conhecia a sua confecção, que era feito de restos de comida, para economizar custos com despejo de lixo orgânico? Muito menos sabia sobre as (más) intenções de João Dória, um elitista que nunca gostou de pobres?
Ou se sabia, Divaldo estava mal intencionado em oferecer aos pobres um alimento de qualidade muito inferior ao que as outras pessoas comiam, desafiando a dignidade humana? Neste caso, Divaldo concordaria em dar um alimento duvidoso para alimentar os pobres, como se estes fossem sub-humanos, quase bichos, mesmo bem tratados (como animais de estimação).
Chico Xavier: apoio a escândalos subentende cumplicidade
O caso de João de Deus, discípulo de Chico Xavier e que se encontra envolvido em um escândalo não apenas sexual, mas também financeiro, com grandes riscos de ter denunciada a sua atividade como charlatanismo, nos fez pensar sobre o "médium" de Uberaba, na mesma situação vexaminosa que falamos no parágrafo anterior sobre Divaldo
Chico Xavier nunca foi de fato médium. Era um beato que gostava de religião e queria apenas um lugar para rezar. Como era esquizofrênico, foi acusado de paranormalidade. sem lugar para rezar, foi Adotado pela FEB.
A FEB aproveitou a sua capacidade de ouvir vozes e ver imagens e o transformou em "médium" para atrair público para a igreja que esteva sendo construída em torno do "Espiritismo" deturpado pelos ideais do advogado católico francês Jean Baptiste Roustaing.
Como o "Espiritismo" brasileiro se tornou uma igreja, com muitos enxertos trazidos pelo Catolicismo, Xavier se sentiu a vontade para rezar dentro dos chamados "centros". Para que a sua forjada mediunidade fosse autenticada, muitas fraudes foram feitas.
Uma delas mostra um suposto "médium" cheio de gazes na boca em uma foto tirada nos anos 70 (auge da popularidade do "médium"), onde se acreditava serem estas gazes, ectoplasma. Xavier aparece ao lado do "médium" e não sabia a diferença de gaze com ectoplasma? Das duas uma: ou ele não era médium ou era um doido que não sabia o que era gazes de estancar ferida.
Chico Xavier foi cúmplice dos abusos de João de Deus?
O caso do João de Deus, que segundo denúncias, praticava seus assédios sexuais há cerca de 40 anos, foi abençoado durante este período por Chico Xavier, seu guru e modelo de trabalho para o latifundiário goiano que trabalhava como suposto curandeiro.
Xavier, sendo supostamente um poderoso "médium", não sabia da tara sexual de João? Não conseguiu sequer lera mente ou a aura de João de Deus, para prevenir as vítimas de serem atacadas por ele? Não sabia Xavier que estava diante de uma pessoa mal intencionada? Porque abençoou?
Ou se sabia, foi cúmplice dos assédios de João ou no mínimo, desejava que as vítimas passassem pela dolorosa experiência (segundo a Teologia do Sofrimento), indo contra a imagem de extrema bondade frequentemente assocada ao "médium"?
De qualquer foma, Chico Xavier se colocou numa sinuca de bico, em um dilema que de um lado questiona sua paranormalidade, de outro, questiona seu lado moral. Mais uma vez colocamos na parede Chico Xavier e Divaldo Franco, os inimigos internos do verdadeiro Espiritismo, vigaristas que ainda despertam cega confiança em muitas almas ingênuas por todo o Brasil.
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