Para o senso comum, sobretudo para as pessoas menos informadas, o "Espiritismo" brasileiro é a religião oficial da caridade. Suas lideranças são admiradas até mesmo por leigos, laicos e ateus, justamente pela forjada fama de "grandes caridosos". Como se o fim das desigualdades e injustiças dependesse de "espíritas" para acontecer.
Mas se observarmos com maior atenção aos detalhes da chamada caridade "espírita", vamos perceber que, mesmo sendo feita, ele tem tido uma ação bastante pífia e seus resultados nitidamente inócuos. É uma caridade que não resolve, não transforma, servindo apenas de consolo para problemas que nunca são resolvidos.
Estranho uma forma de caridade frouxa, paliativa e sem resultados realmente consistentes seja tão admirada. É um tipo de caridade aprovado pelas forças conservadoras (e gananciosas) porque ela não mexe nas estruturas de poder e muito menos reparte renda e direitos. É uma caridade que só serve para promover falsos filantropos e descartar nos mais carentes todos os bens (lixo) que não servem mais aos mais abastados.
Mas forças progressistas e personalidades altruístas também admiram a caridade "espírita". Chico Xavier e Divaldo Franco são tidos como "deuses" por sua fama de caridosos, embora eles nunca tenham sido vistos fazendo a verdadeira caridade como se vê de fato em Lula, este sim um praticante de atitudes altruísticas com resultado comprovado e um tanto transformador.
A caridade "espírita" nunca foi além de um mero paliativo. Em mais de 130 anos de existência, nunca houve alguma transformação social que possa se atribuir a algum "espírita". Suas lideranças não são ativistas (Chico e Divaldo ate condenaram o ativismo social em declarações importantes) e se dirigem às autoridades apenas para receber prêmios e afagos, mas nunca fazendo cobranças de qualquer tipo.
Em resumo, a caridade "espírita" é um engodo para promover (canonizar) lideranças e manter a doutrina de pé. Se não é para ajudar os mais carentes, para quê a versão deturpada da doutrina ainda continua a insistir em existir e manter as suas lideranças, comprovadamente falsas, em seus pedestais?
Certamente "espíritas devem estar lucrando muito com isso tudo. Nenhum conservador, que prefere fazer caridade apenas paliativa iria ficar tão feliz em ajudar o próximo. Tem algo estranho no "Espiritismo" brasileiro. Ninguém pode ser considerado "dono da caridade" sem causar alguma mínima transformação social que elimine a miséria e as desigualdades.
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