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Um dos erros é a ingenuidade. Esta copa deixou escancarada a ingenuidade das esquerdas que enxergaram numa forma de divertimento algo de extrema urgência para o brasileiro. O futebol, uma brincadeira tao inócua quanto qualquer outra (uma ciranda, por exemplo), foi tratada com a extrema importância de uma decisão política.
Brincadeira atrás de brincadeira, mas infelizmente levada a sério. Indo na onda da maioria dos brasileiros, os esquerdistas resolveram brincar de ser patriotas e criar uma guerra de mentirinha para compensar as guerras sérias que o Brasil nunca se envolveu.
Isso aconteceu a ponto das esquerdas adotarem o Neymar como seu herói momentâneo, como se acreditasse que seus chutes iriam acabar com o golpe nefasto que destrói o Brasil desde 2016. Ora, como se Neymar apoiou o golpe e declarou seu voto em Aécio Neves, posando a seu lado. Sendo um dos jogadores mais ricos do mundo e morando no exterior, o Brasil pode explodir que Neymar nem está aí. Nenhuma das medidas do golpe vai interferir negativamente na vida de Neymar.
Mas o forçamento de barra para que Neymar se torne um guerreiro guevarista é uma tolice infantil cometida por muitos esquerdistas. Os mesmos costumam fazer o mesmo como "Espiritismo" brasileiro, que sob orientações da FEB a poiou o golpe, se assumiu de direita (condenou Lula e pede para orarmos por Temer, suposta encarnação do "anjo" Miguel), apesar de usar o mesmo nome e pegar alguns aspectos de uma doutrina francesa claramente progressista.
Uma entrevista dada por Divaldo Franco em Goiás, deixou os esquerdistas de cabelos em pé. Quem conhecia a postura do charlatão não se surpreendeu com o conservadorismo mostrado na entrevista, totalmente de acordo com a postura tradicional da FEB, mas quem confunde caridade paliativa com ativismo social ficou de queixo caído. Muitos acreditavam ser Divaldo um ativista socialista.
Divaldo fez críticas a grupos excluídos elogiou a equipe da operação Lava Jato, classificando de "enviados dos planos superiores", demostrou desejo de ver Sérgio Moro presidente e demonstrou de forma bem sutil o apoio ao golpe. Para ele, tudo que aconteceu desde 2016 é orientado por Deus, pelos planos superiores e tem o objetivo de preparar o país para comandar o mundo em 2019, cumprindo a suposta profecia de Chico Xavier. Mais surreal e delirante, impossível.
Mesmo assim, esquerdistas sonham em "converter" Divaldo para abandonar tais ideias, se esquecendo que o charlatão deu a declaração de forma convicta e que toda a doutrina brasileira - diferente de sua "matriz" francesa - pensa desta forma, chegando a defender a sadomasoquista Teologia do Sofrimento, que nem o catolicismo atual quer mais saber.
Este comportamento que as esquerdas demonstram tanto com Neymar quanto com o "Espiritismo" brasileiro (hoje representado na figura de Divaldo Franco, um aventureiro que conseguiu se alçar como "liderança espírita") é de extrema ingenuidade, pois nada mais difícil hoje do que tirar alguém de sua ideologia, numa época onde opinião é tratada como patrimônio. Todos se orgulham do que pensam e sabem que mudar de ideia é assumir derrota, algo ruim para a auto-estima.
As esquerdas deveriam descartar o futebol e o "Espiritismo" brasileiro, coisas claramente direitistas em sua essência. Senão vão ter que assumir uma série de contradições que só desarmam as esquerdas diante dos golpes direitistas. Deu para entender porque foi tão fácil tirar Dilma do poder em 2016. As esquerdas, preocupadas com futebol e religião, deixaram o caminho livre. Tolos.
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