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O "Espiritismo" brasileiro é famoso por ser a "doutrina da caridade". para a opinião pública, consagrada pelo senso comum, há a ideia de que "espíritas" só vivem fazendo caridade e que esta suposta dedicação, que seria integral, ajudaria um número grande de pessoas de forma substancial, a ponto de transformar a sociedade como um todo.
Mas a ausência de resultados significativos, verificada pela permanência da pobreza e a manutenção das desigualdades, põe em xeque esta fama da eficácia da caridade "espírita". A adesão tradicional de "espíritas" a ideais de direita, protetores da ganância e promotores da desigualdade, derrubaram o mito da caridade "espírita", tão admirada por multidões e que a faz ser a religião mais blindada do país, imune a críticas, mesmo sensatas.
Para piorar ainda mais, é notável o aumento suspeito do padrão de vida de lideranças e de donos de centros "espíritas", que ostentam uma vida mais confortável do que os empregos alegados podem dar. Denúncias vindas de fontes seguras alertam que o superfaturamento é comum na hora de pedir doações. Quem precisa de 1.000 reais, pede 10.000, aplica os 1.000 e fica com o resto. É triste, mas acontece. Líderes religiosos, imperfeitos como seres humanos, também são gananciosos.
Bom lembrar que a caridade "espírita" também tem a finalidade de criar um vínculo entre os centros e os auxiliados, forçando um aumento de seguidores, favorecendo o proselitismo religioso que faz com que todos satisfaçam os interesses de lideranças e donos de centros, criando um poder de influência que poderá crescer, na esperança de influenciar a política, mas nunca em prol dos mais pobres.
Mas a proposta desta postagem é mostrar como é feita a caridade "espírita", bastante fraca e limitada em resultados. É uma caridade que não mexe nos privilégios dos mais ricos, sendo uma forma de "confortar os aflitos sem afligir os confortáveis", mantendo as desigualdades e adiando para séculos o desenvolvimento espiritual da humanidade.
A caridade consiste basicamente, com variações de centro para centro, em jogar pobres em uma instituição e dar comida e "educação" básica (que deve se limitar a formação para o mercado de trabalho, lições de moralismo "cristão" e proselitismo religioso), além de abrigo, em geral bastante precário.
A ajuda não favorece transformação social, pois emancipado, a pessoa auxiliada se torna mais uma na multidão a aceitar de forma passiva as injustiças consagradas pelo sistema capitalista secretamente apoiado pelas lideranças "espíritas", na verdade pouco interessadas em melhorar o mundo, se empenhando em usar a caridade para promover a sua imagem e atrair adeptos.
É assim que acontece a caridade "espírita". Apesar da fama de benfeitores embutida nos "médiuns", toda a caridade praticada tem se mostrado propositadamente ineficaz, pois "espíritas" sabem muito bem que se o mundo melhorar e não houver mais pessoas precisando de ajuda, a seita perde a sua razão de ser e caminharia para a sua extinção.
Extinção: coisa que deve acontecer, já que o "Espiritismo" brasileiro, incapaz de melhorar a humanidade, se mostrou uma verdadeira farsa criada apenas para beneficiar as suas lideranças. Triste ver o legado de Allan Kardec, o grande desconhecido, terminar de forma humilhante e desastrosa nas mãos dos seus deturpadores.
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