Uma das coisas mais irritantes no "Espiritismo" brasileiro é o desprezo que suas lideranças tem com os fatos cotidianos. Fingem preocupação com o mundo real - geralmente com base em estereótipos e clichês despejados pela mídia corporativa - mas não se vê menção a problemas realmente ocorrentes.
Não se vê, por exemplo, nenhum "espírita" preocupado com o crescimento rápido do Fascismo no Brasil, um assunto melindroso que não costuma estar em conversas de grupos conservadores, pois os próprios entusiastas de ideais fascistas não se assumem como tais, preferindo se auto-rotular como "cidadãos preocupados que querem resolver os problemas de forma rápida e austera".
O Fascismo, ideal que põe culpa dos problemas cotidianos nas pessoas excluídas da sociedade - e não nos grandes capitalistas que fazem o verdadeiro roubo da humanidade - ainda não despertou uma preocupação séria nos "espíritas", que o trata como um problema solucionado no passado.
Em compensação preferem se "preocupar" com o bicho-papão chamado "Comunismo", um sistema que nunca foi posto em prática, mas é usado como desculpa para criminalizar forças políticas que trabalham em prol dos mais pobres - somente lideranças religiosas podem liderar campanhas de ajuda aos mais pobres - e tirá-los de cena. Quanta ignorância!
Estamos vivendo uma época em que direitos dos mais humildes, que sempre foram escassos, estão desaparecendo. Há uma onda de ódio contra quem não se encaixa no perfil aprovado pelas elites brasileiras. Uma onda que já começa a matar quem estiver sob a mira de um "homem de bem" metido a sabidão e que graças ao ódio, decide subjetivamente quem merece ou não viver.
Estamos sob a ameaça de uma nova ditadura militar e perdemos a nossa soberania nacional, entregando bens e empresas estratégicas a grupos estrangeiros que, como piratas, chagarão aqui para fazer o que quiser, inclusive saques para levar nossos bens às suas nações nativas.
Enquanto isso, os "espíritas" preocupados apenas com "corrupção", sendo que, além de não ser o pior mal dos brasileiros, há casos de corrupção que não interferem no cotidiano do brasileiro. Sem lembrar que fascistas pretendem combater a corrupção como alguém que para matar um pernilongo decide demolir uma casa inteira.
Mesmo quando admitem problemas reais, "espíritas", famosos como adeptos de uma religião tida como "racional", perdem a oportunidade de oferecer soluções lógicas e se limitam a pedir para orar, exatamente como fazem as lideranças de religiões muito menos racionais.
Esta atitude nada responsável de lideranças "espíritas" brasileiras tem ajudado na decadência da religião, que aos poucos vai mostrando suas falhas, resultantes da opção igrejeira tomada pelos fundadores da FEB que preferiram fazem um Kardecismo sem Kardec, mas com Jean Baptiste Roustaing.
Agora, na véspera de um ano considerado importante para o imaginário "espírita" (2019, o ano da "Data Limite"), estamos prestes a ver o fracasso definitivo de uma seita que sempre fingiu ser o que nunca foi, além de assistir de braços cruzados o ocorrer dos fatos sem mexer um dedo para que o progresso humanitário pudesse dar seus passos.
O deturpado "Espiritismo" brasileiro caminha para seu inevitável fim. Sem direito de reencarnar.
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