As forças progressistas que existem no Brasil ainda se encontram bem imaturas. Precisam aprender muitas coisas sobre a realidade. A vitória de Bolsonaro tem muito da responsabilidade dos progressistas, que nunca agiram para conquistar as classes populares com mais eficiência evitando que as mesmas votassem no ex-capitão que agora se revela como uma cilada humana.
Além de nada agir para evitar este desastre, os progressistas brasileiros ainda acreditam em formas duvidosas de altruísmo que comprovadamente nada fizeram a favor das classes menos favorecidas, além de meros paliativos que servem mais para promover "benfeitores" e perpetuar a miséria.
Vários integrantes das forças progressistas demonstraram admiração pelo ultradireitista Chico Xavier, ignorando a total divergência ideológica. Afinal, Xavier, erroneamente estigmatizado como o brasileiros mais bondoso de todo os tempos, reprovava as forças progressistas e condenava os movimentos sociais. Chato amar quem nos detesta.
Mas como os progressistas conseguiram ser seduzidos por uma personalidade tão retrógrada como Francisco Cândido Xavier? Tão retrógrado que o Catolicismo em que sempre acreditou até o fim da vida era a forma medieval, reprovada por católicos mais recentes! Como progressistas puderam ser conquistados por um medieval?
O que pode explicar isso é a mitologia construída em torno do "médium", trabalhado para ser uma espécie de "Jesus" de uma forma de Catolicismo que apesar de reencarnacionista e sem pompa, recupera dogmas da forma medieval, descartados do Catolicismo das últimas décadas.
Xavier foi construído para ser um filantropo superpoderoso aos moldes do Jesus bíblico, o que fez com que se ganhasse a fama, mesmo falsa, de maior filantropo do Brasil. Esta fama é responsável pela criação de uma imensa legião de fanáticos admiradores do "médium", crentes na sua capacidade supostamente altruística. O que atraiu um grande grupo de progressistas para esta legião.
Curioso que os progressistas não abrem mão de idolatrar um direitista, iludidos pela fama de altruísmo associada ao "médium". Mesmo que este altruísmo não tenha resultado em algo que pudesse ser transformador ou no mínimo satisfatório, a fama atribuída ao médium, revelada como mero dogma religioso, é mágica o suficiente ara seduzir almas deslumbradas.
Xavier nunca passou de um mero beato a desejar uma igreja para rezar. Mas como era tido como "paranormal" (na verdade um sintoma de possível esquizofrenia) e conquistava a simpatia de todos, foi transformado em maior garoto propaganda do "Espiritismo" brasileiro, uma seita igrejeira que nada tinha a ver com a sua homônima francesa, apesar de quase todo mundo pensar que tem.
O igrejismo do "Espiritismo" brasileiro e o ultradireitismo de Chico Xavier mostra que os dois "Espiritismos" nada tem a ver um como o outro e que os progressistas deveriam fechar seus ouvidos a Chico Xavier. O canto de sereia do "médium" mineiro nada tem a acrescentar aos progressistas, servindo apenas de forma de ilusão para os que desejam fugir desta realidade, agravada com a eleição de um neofascista que se afina ideologicamente com o adorado "médium". Fiquemos atentos.
Comentários
Postar um comentário