Estranho um regime claramente sádico se envolver com atividades que pretendem beneficiar pessoas carentes. Mas esta contradição, que havia na ditadura militar através da LBA, Legião Brasileira de Assistência, geralmente administrada pela Primeira-dama da ocasião, estará de volta na ditadura Bolsonaro. Enquanto o marido promete matar os pobres, a esposa pretende salvá-los.
Michelle Bolsonaro, a Primeira-dama da gestão que se iniciará - infelizmente - em 2019, ano da Data Limite chiquista, já anunciou que pretende se envolver no maior número de atividades filantrópicas na gestão de seu marido. Apesar de evangélica, é mais do que óbvio que o modelo a ser posto em prática é o mesmo consagrado por Chico Xavier, entusiasmado apoiador da ditadura e admirador de políticos de ideologia conservadora e pró-ricos.
O projeto a ser feito é aquela caridade paliativa que não atrapalha os interesses dos mais ricos. Joga-se uns pobres em um abrigo e dá alimento e algum tipo de assistência. É o que se vê nos asilos, nas instituições de caridade e que é vista no programa de Luciano Huck, admirador de Chico Xavier e conservador político de carteirinha. O assistencialismo de Huck, como o de Xavier, serve mais para promover o benfeitor do que para auxiliar os necessitados.
Apesar de ter votado em Bolsonaro, Huck, um dos homens mais ricos do país, dono e acionista de muitas empresas, se mostrou arrependido de sua escolha eleitoral e trabalha para mudar a imagem e o nome de seu partido, o PSDB, junto com lideranças do mesmo, para fazer uma oposição conservadora a Bolsonaro que apesar da afinidade ideológica com Huck & CIA, "exagera um pouquinho", segundo os tucanos.
O mesmo modelo de caridade a ser adotado por Michelle Bolsonaro na nova LBA, também é praticado pela entidade ecumênica LBV (Legião da Boa Vontade, nome curiosamente parecido com a Legião Brasileira de Assistência dos governos militares). A famosa entidade que assumidamente é simpatizante e não raro paceira de "espíritas" brasileiros (os da linha chiquista).
A LBV foi fundada por Alziro Zarur, que segundo espíritas científicos (que não aceitam a influência de Chico Xavier e similares), seria a reencarnação de Jean Baptiste Roustaing. A LBV, afinada com ideais chiquistas, é liderada por Paiva Neto, acusado de envolvimento em corrupção anos atrás, nunca comprovado ou desmentido.
A LBV foi fundada por Alziro Zarur, que segundo espíritas científicos (que não aceitam a influência de Chico Xavier e similares), seria a reencarnação de Jean Baptiste Roustaing. A LBV, afinada com ideais chiquistas, é liderada por Paiva Neto, acusado de envolvimento em corrupção anos atrás, nunca comprovado ou desmentido.
É uma forma de caridade não-transformadora, que trata o pobre como se fosse um obediente e meigo animal de estimação e que além de não permitir a melhoria na distribuição de renda, não conscientiza o pobre auxiliado que se torna manipulável pela elite benfeitora, não raramente obedecendo-a e absorvendo a ideologia da classe dominante que cuida do carente auxiliado.
A medida, caso adotada pelo governo Bolsonaro, através de sua Primeira-dama, tem mais a ver com a manutenção da imagem de bondade do governo do que da vontade de ajudar os mais carentes. É contraditório ver um governo claramente sádico, que elimina direitos, reduz salários, censura professores, destrói a soberania nacional, além de outras maldades, adotar uma postura altruísta através de um projeto filantrópico.
Tudo não passa de mera demagogia a enganar mentes inocentes. Mas serve para desmascarar Chico Xavier e sua caridade frouxa e sem resultado. Apesar de frequentemente referido como "maior filantropo que o Brasil já teve", sua caridade não forneceu resultado, não combatendo problemas, injustiças e a má distribuição de renda, este o verdadeiro maior problema do Brasil.
O bom "Jair" aceitando que a caridade de Francisco Cândido Xavier não passou de uma farsa para atrair ingênuos à igreja dos Espíritos, aumentando seu "rebanho" de ovelhinhas obedientes.
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