O "Espiritismo" brasileiro é uma religião punitivista. Ela acredita na punição e na recompensa como formas de estimular o avanço espiritual de quem comete, respectivamente, erros e acertos. Erros e acertos julgados pela ótica não de Kardec, mas dos "espíritas" brasileiros, herdada das religiões cristãs já praticadas no Brasil.
Engana-se quem pensa que o "Espiritismo" brasileiro é uma religião progressista e humanitária. Esta fama existe por causa de Allan Kardec, que de fato era progressista e humanitário. mas "espíritas" brasileiros não conhece Allan kardec. O bajulam, mas defendem ideias e conceitos condenados pelo professor francês que pesquisou a espiritualidade.
O "Espiritismo" brasileiro guarda mais semelhanças com o Catolicismo medieval, cujas bases foram defendidas por Jean Baptiste Roustaing e consagradas por Francisco Cândido "Chico" Xavier, roustainguista enrustido. O Catolicismo medieval era dominante na Minas Gerais do início do século XX, por isso era justamente a fé que Chico Xavier sempre seguiu ate o encerrar de sua vida material.
Não é de surpreender que o "Espiritismo" brasileiro sempre tenha defendido ideais conservadores, além de ter se tornado uma religião elitista (com maioria de seguidores de alto nível econômico e de escolaridade, sem necessariamente ser mais inteligente que seguidores de outras crenças).
"Espíritas" sempre acreditavam que ricos eram "reencarnação dos bons" e pobres a "reencarnação dos maus". Isso reforçava e justificava uma série de equívocos e preconceitos existentes na doutrina brasileira. Além de empurrar a doutrina para o mais nítido conservadorismo, aspecto ignorado por alguns lunáticos "de esquerda" que sonham em transformar a doutrina em sucursal brasileira da Internacional Socialista.
O Catolicismo medieval era altamente punitivista. Era preconceituoso e tolerava a ganância capitalista. Condena o suicídio e apoia a medonha Teologia do Sofrimento, que alega que o sofrimento aceleraria a evolução espiritual, sendo compensada com uma suposta prosperidade futura nunca comprovada na realidade.
Sem o estudo devido e reduzido a uma seita de fé cega e adoração (com direito ao culto à personalidade, sobretudo a Chico Xavier, cujos admiradores se recusam a largar), o "Espiritismo" brasileiro se moldou para se parecer com uma igreja como quaisquer outras.
Seu conservadorismo resulta disto: de defender uma moralidade mofada, obsoleta, que só fazia sentido há 2000 anos atrás. Toda a base moral bíblica está presente no "espiritismo" brasileiro, que preferiu trocar a literatura kardeciana pelo sagrado livro dos católicos, sobretudo o Novo Testamento, elegendo este como sua base doutrinária.
Com isso, o "Espiritismo" brasileiro põe em prática seu conservadorismo, descarta definitivamente a ciência da doutrina original que finge seguir, e dá importante contribuição para o travamento na evolução humanitária, fazendo com que todos sejam menos racionais e mais subjetivos.
Isso acabou favorecendo a onda de retrocessos que vemos hoje, onde brasileiros se sentem saudosos do medievalismo do Brasil Colônia, cuja ideologia só funciona dentro da cabeça de cada um, mas quando imposta à sociedade, causa um estrago quase irreversível. Mas não quiseram ouvir Allan Kardec, preferindo o beato charlatão de Pedro Leopoldo...Fazer o quê?
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