Dizem as religiões que Deus criou o homem à imagem e semelhança de Deus. A própria declaração sugere o oposto: sendo parecido com Deus, o homem imaginou o governante do imenso universo como um ser humano, possuidor inclusive dos defeitos humanos, sendo no imaginário religioso, uma espécie de tirano bonzinho que controla a vida de todos os seres humanos, que aceitam com alegria esta escravidão divina.
O "Espiritismo" brasileiro compartilha deste ponto de vista equivocado que coloca um reles ser humano no comando de algo infinitamente imenso como o Universo. Mas não se limita a isso, como ocorre nas outras crenças.
O "Espiritismo" brasileiro (que sempre discordou de Kardec, embora viva bajulando-o) vai mais longe: o mundo espiritual é igual ao material, com dinheiro, comida, sexo e o escambau. Principalmente o escambau.
Neste mês, o "Diário Oficial" da FeB, o Correio Espírita (sic), fala em "DNA do espírito", como se espírito tivesse DNA. Lendo isso, nossa equipe rapidamente se lembrou de que o "Espiritismo" brasileiro é frequentemente materialista.
Imaginamos espíritos indo a hospitais quando morrem, como se espírito precisasse de hospital. Imaginamos pessoas controlando fenômenos da natureza quando na verdade estes ocorrem por alterações químicas e físicas de seus próprios processos de ocorrência. Imaginamos crianças, bichinhos, plantas, casas e até ônibus no mundo espiritual. Quando deveríamos lembrar que a natureza do espírito dispensa todas estas coisas.
Kardec, com base em pesquisas e não na fé cega que contaminou a doutrina brasileira, sempre afirmou que o mundo espiritual é muitíssimo diferente do mundo material e que seria perda de tempo procurar na Terra alguma coisa que possa nos fazer ter ideia do que nos espera após a morte. Nada há de similar ao que existe no jundo material. Nada.
MESQUINHARIA MATERIAL CONTINUADA APÓS A MORTE
Mas a pieguice que tomou conta do "Espiritismo" brasileiro, convertido em religião irracional, faz com que as pessoas não raciocinem e desejem a vida espiritual como continuação da mesquinharia que toma conta das vidas da maioria dos "espíritas" brasileiros, integrantes de uma classe média próspera e que por isso vive no mundo da lua. Ou no mundo espiritual que existe apenas em suas mentes.
Por isso que muitos dogmas tem traços materialistas. As colônias espirituais são um bom exemplo disto. Quem lê o livro de ficção (sim, ficção, pode gritar e se espernear, amigo "espírita") Nosso Lar, depara, do início ao fim, de uma narrativa puramente material. É a descrição perfeita de um mundo material, palpável. Daquilo que vemos hoje em dia, diante de nossos olhos.
Mas afirmar a algum "espírita" que Nosso Lar é uma obra materialista o leva ao desespero, pois não há graça nenhuma para os devotos de Chico Xavier (o beato charlatão que supostamente psicografou a obra), imaginar o mundo espiritual como diferente do material.
O desconhecido entedia e até amedronta muita gente. É confortável imaginar o mundo espiritual como igual ao material. Mesmo que não seja considerado como tal, o que seria uma contradição. Ou seja, considerar o mundo espiritual como sendo imaterial tendo características materiais? Decidam, ou é uma coisa ou é outra. Não dá para ser e não ser ao mesmo tempo.
Seria bom que os "espíritas parassem com a tolice de imaginar como seria o mundo espiritual e se preocupassem com a vida presente. O futuro dependerá dela e mesmo que o mundo espiritual seja realmente diferente do material, a nossa preocupação com o que virá após a morte será um grade desperdício para as nossas vidas e que pode custar um preço caro para a próxima reencarnação, seja lá como ela for. Deixemos de ser ingênuos.
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