É muito bom que as coisas sejam comprovadas para que injustiças não sejam cometidas. Mas o nosso sistema dispensa provas quando o assunto é fé e religiosidade.
Temerosos que a lógica e o bom senso possam desmontar dogmas que soam confortáveis para muitas mentes ingênuas, evita-se ao máximo a sua comprovação, preferindo acreditar na validade de dogmas sem sentido e lideranças religiosas supostamente caridosas. Afinal se há religião, tudo está "óbvio".
Isso inclui o funcionamento de casas de caridade administradas por instituições religiosas. Como a bondade foi privatizada, tratada como patente das religiões ("não dá para ser bondoso sem ser cristão, sem acreditar nos dogmas do Cristianismo"), caridade boa á a que envolve a fé, pois "a fé move montanhas". Então tá.
Jogar pobres em uma casa ligada a algum templo ou instituição religiosa para receber alguma comida e algum tipo de ajuda desperta confiança diante dos míopes olhos da opinião pública. Há a falta de coragem de investigar o que realmente acontece no interior destas casas, pois juto vem o medo de desmascarar lideranças que são objeto de entorpecida adoração de muitas pessoas.
Ou seja, verificar de forma isenta o que acontece nestas casas é algo condenável, pois deve-se confiar cegamente na liderança religiosa que administra tal casa, o que quer que aconteça dentro dela. Vale o que a instituição diz oficialmente: videos gravados por elas de eventos organizados pelas mesmas, que mostram pobres sendo alimentados e homenageados hipocritamente ao som de músicas pueris diante do público que comovido, trata logo de chorar e não verificar, travando logo os cérebros.
Mas quem garante que o que acontece nestas casas não é a mesma coisa que acontece nas prisões e manicômios? Não há câmeras que fiquem diariamente, 24 horas por dia, gravado tudo que acontece nestas casas. Além disso, não há notícia alguma de quaisquer resultados de transformação para melhor envolvendo estas instituições.
Se tudo que falam da caridade praticada por instituições "espiritas" fosse verdade, Uberaba e o bairro de Pau da Lima, em Salvador, onde situam os supostos trabalhos filantrópicos dos charlatães Chico Xavier e Divaldo Franco, seriam exemplos universais em qualidade de vida e justiça social, tendo níveis muito mais superiores que os níveis encontrados na Escandinávia.
A filantropia verdadeira não deveria consistir em jogar pobres para viverem aprisionados em casas de caridade. Deveria se caracterizar na pressão para que o sistema mude para que as rendas e direitos sejam distribuídos de maneira igual a todos os seres humanos, empobrecendo ricos para que pobres passem a ter a dignidade necessária para uma vida feliz e próspera.
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Pois estamos cansados dessa caridade paliativa que existe só para promover benfeitores. Estamos cansados também de ver "médiuns" charlatães servindo de "exemplo de verdadeira caridade" por seu assistencialismo sem resultados. É muita hipocrisia e culto à vaidade!
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