Como ainda existem ovelhinhas inocentes a alimentar os lobos, estes seguem liderando, defendendo as teorias mais absurdas como se fossem "verdades inquestionáveis a serem compreendidas com a purificação da alma". Por isso que, mesmo em decadência, a versão brasileira do Espiritismo, totalmente deturpada - mas que todos acreditam ser fiel a original - ela segue firme e forte. Mas ameaçada.
Ameaçada porque há os esforços hercúleos - de Hércules e de Herculano Pires - de verdadeiros espíritas a tentar devolver à doutrina todo o lado científico kardeciano que foi plenamente descartado no Brasil, em troca de um igrejismo estranho, trazido por um beato com problemas mentais que se tornou a maior liderança para muitos incautos que se acham mais evoluídos que o resto da humanidade.
Essa ameaçada hegemonia do chiquismo tem feito com que verdadeiras brigas ocorram nas comunidades dedicadas seja ao Espiritismo original, seja ao "Espiritismo" igrejeiro de Xavier & CIA. Um festival de discórdia que poderia ser resolvido com um debate inteligente, se não fosse a hegemonia da fé que impede com que dogmas absurdos sejam contestados.
Como nenhum dos dois lados quer ceder e os devotos de Chico Xavier se recusam a estudar - porque acreditam terem estudado, através da fé (??!!!) - cada grupo tenta defender seu ponto de vista como se fosse um patrimônio e a luta livre no estilo MMA começa a rolar nas redes sociais, com direito a ofensas e ameaças de agressão.
Isso tem feito com que a doutrina se estagnasse nesta divisão, em que os científicos (pró-Kardec) ficam de um lado do ringue e os religiosos (ou cristãos, como gostam de se definir, pró-Chico Xavier), mas todos puxando o saco da ciência, pedindo-a que se empenhe em legitimar os dogmas chiquistas sem pé nem cabeça.
Não sabemos até quando esta briga vai acabar. Sabe-se que não será tão cedo, pois a teimosia faz parte da fé. Religiosos, crentes na infalibilidade das divindades em que acreditam, creem em sistemas fechados, com ideias fixas e inquestionáveis e se recusam a rever seus pontos de vista, fechando o caminho do diálogo para que os científicos, dispostos a revisões, não os convençam a mudar de ideia.
De qualquer forma, o MMA espiritual ainda continua, com muitos feridos nos dois lados. A única certeza é que Allan Kardec, apesar de bajulado, teve o seu esforço em vão, já que as suas ideias, tidas como "ultrapassadas" foram trocadas por um medievalismo que soa mais agradável para quem quer "pensar com o coração" e não com o cérebro. Lamentável.
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