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A Caridade "Espírita" e superfaturamento: Uma realidade ocultada

O "Espiritismo" brasileiro é a religião mais respeitada pela opinião pública em geral. Isso acontece não por ela ser uma religião sem defeitos, mas por ter estes muito bem ocultados por meio da omissão de denúncias, nunca veiculadas em meios de comunicação tradicionalmente confiáveis, além de nunca aparecer em conversas de pessoas comuns, ou seja, sem despertar o mínimo de desconfiança.

A caridade "espírita", considerada "transformadora", apesar de nunca ir além de mero assistencialismo precário e puramente paliativo, a tornou uma instituição considerada necessária por muitas pessoas e estereótipo consagrado do que deve ser feito em matéria de altruísmo no Brasil. Chico Xavier, seu símbolo máximo, é frequentemente acionado como sinônimo de benevolência por muita gente fora da doutrina.

Mesmo sem gerar resultados práticos significativos, a caridade "espírita" é constantemente exaltada como algo respeitável e urgente, algo que nunca deve acabar e a cada dia que passa, em contraposição ao "fracasso" da caridade neopentecostal, reivindicada como a forma de caridade que todos gostariam que dominasse pelo país.

Mas há uma estória bem triste dentro da caridade "espírita" que todos preferem ignorar, pois vai além da apaixonada admiração pelo "Espiritismo" brasileiro, sua caridade supostamente infalível e suas personalidades dotadas da "perfeição" de divindades reencarnadas a mando de planos superiores supostamente altruístas, numa crença delirante que enxergou em Chico Xavier, o "santo vivo" na época em que esteve ativo, o tutor máximo de toda a humanidade.

CARROS DE LUXO E CONDOMÍNIOS CAROS NAS MÃOS DE DONOS DE CENTROS

Como não existe almoço grátis, a insistência em manter a caridade "espírita" de pé tem um preço vem caro. Ignoram muitos que a caridade "espírita" tem o mesmo nível - ou até maior - de interesse mesquinho dos neopentecostais. 

José Manoel Barboza,  o saudoso presidente da Sociedade Espirita de Friburgo, no estado do RJ, além de apresentador do programa Terceira Revelação, único programa de TV aberta a questionar a farsa do chamado "Espiritismo" brasileiro, fez uma denúncia grave que quase todos os seguidores e admiradores da doutrina brasileira fazem questão de ignorar.

Zé Manel, como gostava de ser chamado, disse que é muito comum haver superfaturamento na caridade "espírita". Para quem não sabe, superfaturamento é quando se pede um valor maior que o necessário para a obtenção de recursos para uma obra ou projeto assistencial. Com isso, aplica-se o necessário e pega o excedente para si, aplicando no patrimônio particular do requerente.

Membros deste blog já estranharam a presença de carros e bens de luxo na posse de donos de centros "espíritas". A própria FeB é uma instituição muito rica, a ponto de patrocinar seus projetos, sem precisar de muitos patrocinadores, além de obter um retorno bem graúdo, pois com o prestígio sólido, consegue atrair quem esteja disposto a doar para uma caridade considerada "honesta", "humilde" e "eficaz".

DOGMA PARA EXPLICAR ENRIQUECIMENTO MISTERIOSO

Sabendo disso, os próprios "espíritas" se apressaram a criar um dogma para justificar este estranho e misterioso enriquecimento de lideranças "espíritas". Inventaram que quem faz a caridade atrai para si uma energia que favorece o sucesso material (?!), como se fosse uma espécie de  "prêmio" divino pela caridade praticada. Ou seja, quem supostamente ajuda o próximo tem direito à fartura material.

Este dogma também justifica a admiração que os "espíritas" tem pelos mais ricos - que são considerados como a reencarnação dos "bons" - e consequentemente explica o direitismo dos "espíritas" (e o predomínio de ricos entre seus seguidores), além de limitar a caridade como algo que não prejudique os interesses dos mais ricos. A caridade deve ser apenas um meio de confortar os aflitos para que não aflija os confortáveis.

Mas tudo isso acontece nos bastidores de centros e instituições, longe dos míopes olhos da população brasileira, sempre confiante na infalibilidade dos "espíritas". Brasileiros nunca foram interessados em bastidores e sempre preferiram acreditar em estórias lindas que explicassem de forma pomposa e poética como as coisas são feitas do que saber realmente o que está por trás disso.

O "Espiritismo" vai continuar negando este superfaturamento, sempre exigindo de nós provas do que estamos dizendo. A falta de denúncias vindas de meios considerados confiáveis continuará a blindar o "Espiritismo" brasileiro que, respeitado até por quem é de fora, incluindo ateus e evangélicos progressistas, se tornará hegemônica.

Isso até aparecer o primeiro herói a denunciar esta farsa aos meios oficiais, mostrando que a religião mais respeitada do Brasil nunca transformou de fato a sociedade, se aproveitando da caridade meramente paliativa para enriquecer lideranças e promover uma seita de dogmas confusos que nunca conseguiu explicar as suas contradições.

Graças a um farsante com problemas mentais como maior símbolo de altruísmo a enganar multidões carentes de um benfeitor, liderando toda esta manada de iludidos a achar que basta uma casa abandonada e umas panelas de sopa que as injustiças sociais serão exterminadas no Brasil, poderemos ser felizes com toda a humanidade unida cantando glórias a Homens Invisíveis superpoderosos que habitam em nobres castelos no Divino Céu.

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