Para quem acha que a bondade é uma propriedade privada das religiões, principalmente cristãs, é bom saber que Jair Bolsonaro, o ocupante da presidência da República que nunca para de cometer maldades e encorajar fãs a destruir vidas de muitas pessoas, perdoará dividas de entidades religiosas.
Apesar de se assumirem comprometidas com a bondade e o bem estar dos mais pobres (mas de forma paliativa, sem prejudicar os interesses dos mais ricos), as religiões apoiaram solenemente o ex-capitão do exército, vendo nele um defensor da moralidade cristã que se opõe às causas identitárias defendidas por outras vertentes políticas, consideradas vergonhosas para quem segue o Cristianismo de forma arcaica.
"Espíritas" devotos de Chico Xavier (e alguns espíritas kardecianos também) estão incluídos entre os que acreditam em uma moralidade medieval (claro, Chico Xavier era neomedieval) e nunca esconderam seu apreço por Bolsonaro, embora hajam "espíritas" de esquerda brigando com os fatos, tentando juntar alhos com bugalhos, cortando um cubo para caber no buraco arrendondado.
As entidades religiosas, que deveriam pagar impostos, sempre foram liberadas de tal cobrança, por serem entendidas como praticantes de atitudes altruísticas. A Constituição entendeu que a cobrança de impostos prejudicaria estas atividades que, na prática, servem de - paliativa - compensação para as crônicas injustiças sociais perpetuadas por uma elite cada vez mais gananciosa.
Curioso que as religiões representam estas elites e trabalham em prol delas, além de transformar lideranças religiosas em homens com um padrão de vida muito confortável. É infantil imaginar que essas lideranças seguirão o exemplo de Jesus e deixarão de comer para dar alimento aos mais pobres. Não há provas concretas e reais de que isso acontece. Nem mesmo entre os "espíritas".
O apoio ao Bolsonaro e a opção por formas precárias e puramente paliativas de altruísmo (caridade, filantropia, assistencialismo), em que apenas migalhas são dadas aos mais pobres e não uma qualidade de vida digna e independente, mostram que as religiões não querem a verdadeira bondade. Bondade é apenas uma promoção publicitária para atrair adeptos e obter respeito na opinião pública.
A cumplicidade entre quem vive falando em bondade o tempo todo e um político militar com intenções genocidas desmascara a farsa das religiões que, em nome da bondade, controla a humanidade com dogmas estranhos e uma falta de liberdade gerada pelas proibições de se fazer coisas que são reprovadas pelo moralismo medieval.
É preciso que religiões sumam do planeta para que a humanidade possa respirar e andar. Com as próprias pernas, é claro. Pois em mais de 2000 anos de influência, as religiões nunca contribuíram positivamente para a evolução da humanidade. Só negativamente...
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