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"Espíritas" de direita convocam seguidores para apoiar Bolsonaro. Opositores a isso são minoria

Vamos combinar uma coisa: o que os brasileiros conhecem como "Espiritismo" é uma ideologia de direita, graças ao repertório dogmático que inclui muitos pontos retrógrados que se afinam e muito com os ideais fascistas. A própria teologia do sofrimento e a criminalização do suicídio já são pontos suficientes para detectar focos de fascismo entre os chamados "espíritas".

Não é estranho o fato de que a maioria dos "espíritas" tenha convocado os seguidores da doutrina para as manifestações a favor de Bolsonaro, o "condutor do Coração do Mundo", segundo Chico Xavier, que desfilou sua afinidade ao fascismo na entrevista ao talk show Pinga Fogo, cinquenta anos atrás.

É forçar a barra  tentar associar Chico Xavier a um pensamento de esquerda. isso se dá porque a uma fama equivocada em rotular a doutrina com base em um altruísmo estereotipado que na prática nunca foi além do paliativo. O "Espiritismo" nunca conseguiu apresentar um resultado realmente transformador que pudesse extirpar a ganância da face da Terra.

Para muitos, o "Espiritismo" patenteou o altruísmo supostamente criado por Jesus Cristo, que para os cristãos de esquerda foi o "primeiro comunista da face da Terra", uma bobagem que reforça esta crença. Isso permitiu o surgimento de um pequeno grupo de "espíritas de esquerda", que apesar de assumidamente progressista, ainda veem em Chico Xavier a sua principal fonte doutrinária.

Mas como disse, é um grupo pequeno. Os ideais de esquerda defendem pontos condenados pelo moralismo cristão defendido e difundido por Chico Xavier. Por isso que a maioria de seus seguidores (e líderes sucessores, como o retrógrado Divaldo Franco) rapidamente aderiu ao bolsonarismo, já que há um casamento ideológico entre o que o líder fascista defende e a versão brasileira da doutrina.

Os chamados "espíritas de esquerda" estão sozinhos - a não ser aqueles, sem aspas, que romperam com Xavier e todos os seus semelhantes, tentando se reencontrar com o pensamento original de Allan Kardec, este sim um esquerdista de verdade - pois entram na contradição de defender uma posição política que contradiz sua noção arcaica de moral, mesmo sob o verniz de um altruísmo estereotipado.

Já quanto aos "espíritas" bolsonaristas, que são muitos e bastante atuantes, há a tranquilidade de afinidade ideológica com o moralismo medieval de Chico Xavier, líder máximo e responsável pelas obras que conduzem seu pensamento e sua noção de mundo.

Os seguidores progressistas de Chico Xavier, que não são muitos até por causa desta contradição, vão morrer na praia. Os seguidores de Bolsonaro são os que dominam na doutrina e certamente devem achar este Brasil uma baixaria, cheio de "bandidos" e "imorais" a sugar a moralidade da "família" brasileira. Estes vão lutar para que a sua noção arcaica de moral nunca seja encerrada.

É ingênuo e carente de informação a ideia de um "Espiritismo" chiquista de esquerda. Como comprovar a contraditória associação entre o moralismo medieval e um progressismo político?

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