Espiritismo Secular

O "Espiritismo" brasileiro se gaba de ser uma religião racional, cujos dogmas supostamente teriam sido comprovados pela ciência. Mesmo os dogmas mais absurdos e ridículos. O papo de "fé raciocinada", resultado da má tradução de um termo kardeciano que significa fé fundamentada , é um engodo que só serviu de diferencial a atrair gente incauta com muitos diplomas no armário e nenhum discernimento no cérebro. A transformação daquilo que deveria ser uma ciência e mais uma igreja de fé cega a se unir a tantas outras, travou a evolução espiritual de seus seguidores e ofereceu um festival de pieguice e de ilusões a enganar ingênuos e legitimar teses sem pé nem cabeça como se fossem descobertas científicas. Mas mal sabem os entusiastas da contraditória tese de "fé raciocinada" que a razão, quando colocada na mesa de forma adequada, destrói a fé como um inseticida que mata um inseto em segundos. A racionalidade posta em prática destrói estes dogmas abs

Um dos dogmas mais estranhos do "Espiritismo" brasileiro - que não nasceu para ser uma seita cristã - e totalmente ausente da codificação original é o de que o Natal, além de ser uma data importante para os "espíritas", é "quando a energia espiritual é melhor devido a onda de bondade contagiada pelo clima natalino". Uma tolice que somente quem acredita no mais retrógrado Cristianismo pode levar a sério. O Natal tem uma importância apenas cultural. Não há confirmações da existência de Jesus Cristo - embora a crença em sua existência soe confortável para a maioria esmagadora dos seres humanos - e se ele tivesse existido, seu nascimento não teria acontecido em dezembro, segundo estudos dos que tentam encontrar um Jesus mais "histórico".  Mas é inegável a sua contribuição para a cultura, pois mesmo não sendo uma estória real, é um conto admirável e traz importantes lições de vida, assim como vários contos de fada nos ensinam muitas coisas

Era uma vez uma doutrina que deveria ser tratada como uma ciência. Mas ela decidiu virar religião e sem assumir, rompeu drasticamente com a ciência, abraçando de forma irresponsável uma montanha de dogmas estranhos, absurdos e contraditórios.  Com o arrogante objetivo ser a religião oficial da humanidade ("todo mundo será 'espírita', pela dor ou por amor"), abraçou o ecumenismo, usando a ciência apenas como forma de legitimar as asneiras que passou a defender para poder assumir o religiosismo que atrai multidões para um verdadeiro Titanic cristão a se afundar diante do iceberg da realidade dos fatos. Muitos fiéis, pensando estar seguindo uma religião peculiar, onde seus dogmas supostamente são pré-analisados pela ciência, acabam sendo enganados e forçados a aceitar verdadeiras sandices disfarçadas de teses científicas, distorcendo totalmente a compreensão do mundo real e travando estudos sobre espiritualidade, convertendo suposições em certezas absolutas.

Procrastinação. Este deveria ser o nome daquilo que fizeram no Brasil com o "Espiritismo", desvirtuando-o e desviando da doutrina original, trocando a racionalidade por uma fé irresponsável que finge ser racional, só para atrair falsos intelectuais para lotarem centros e federações. Como a maioria das religiões cristãs, o "espiritismo" preferiu estabelecer a felicidade e dignidade humana como algo exclusivamente pertencente a um futuro que nunca chega, pois quando se torna presente, estas mesmas felicidade e dignidade são novamente adiadas, para que se tornem inalcançáveis, tornando o sofrimento como um estímulo para a adesão religiosa, em busca de socorro. Com isso deixamos de lutar pela nossa felicidade, recusando a enfrentar desafios e passar pro experiências que podem ser muito úteis para o desenvolvimento do intelecto e de nosso caráter. Preocupados com a vida futura que no fundo não passa de uma mera promessa com base em suposições vindas da convicç

Segundo muitos, a fé não precisa de comprovação. Isso é perigoso, pois permite que verdadeiros absurdos, aceitos sem verificação, gerem danos na compreensão do mundo real, que em consequência, acaba gerando danos em muitos fatos reais, resultando em um mundo injusto e cronicamente problemático. Mas a fé, sinônimo enrustido de credulidade, beneficia as lideranças que lançam as teses absurdas a serem transformadas em "verdades inquestionáveis" a serem aceitas por pessoas com o intelecto adormecido. Um dos que foram beneficiados - e muito - pela  ingênua fé de seus admiradores foi o charlatão e assistencialista Chico Xavier. O que seria um mero beato a procura de uma igreja para rezar acabou "virando" um paranormal superpoderoso e altruísta incansável, graças a um monte de lendas construídas por seus admiradores, ansiosos por alguém que representasse um "santo" vivo e uma espécie de "Jesus" brasileiro.  Para que a iniciativa fosse bem