Pular para o conteúdo principal

A Tradicional Hipocrisia do Natal

Um dos dogmas mais estranhos do "Espiritismo" brasileiro - que não nasceu para ser uma seita cristã - e totalmente ausente da codificação original é o de que o Natal, além de ser uma data importante para os "espíritas", é "quando a energia espiritual é melhor devido a onda de bondade contagiada pelo clima natalino". Uma tolice que somente quem acredita no mais retrógrado Cristianismo pode levar a sério.

O Natal tem uma importância apenas cultural. Não há confirmações da existência de Jesus Cristo - embora a crença em sua existência soe confortável para a maioria esmagadora dos seres humanos - e se ele tivesse existido, seu nascimento não teria acontecido em dezembro, segundo estudos dos que tentam encontrar um Jesus mais "histórico". 

Mas é inegável a sua contribuição para a cultura, pois mesmo não sendo uma estória real, é um conto admirável e traz importantes lições de vida, assim como vários contos de fada nos ensinam muitas coisas boas sobre respeito ao próximo e o desejo de evolução do caráter.

Superestimar o Natal como se fosse um fato histórico é um exagero. Dogmas religiosos são lendas e como tais, enriquecem culturas, mas não mudam fatos. Mesmo que historiadores tenham estabelecido o suposto nascimento de Jesus como marco histórico, é algo que não deve ser tratado como definitivo e inegável.

A HIPOCRISIA NATALINA

Só que a crença em Jesus estimula um desejo altruísta que nunca passou do meramente precário, pois envolve assistencialismo e frequentemente serve de meio de promoção para muitas pessoas se fazerem de boazinhas perante a sociedade, que está a cada dia mais egoísta e gananciosa.

O Natal serve como forma de pessoas que passam o ano todo fazendo maldades de tudo quanto é tipo se mostrarem como "bondosas" diante da opinião pública. Não pensem que somente "bandidos" e políticos corruptos são maus. Aliás, não existe ninguém bom e mau, pois todos nós temos os dois lados em nossas personalidades. 

Muita gente que parece "boa" vive de fazer maldades o tempo todo, mesmo coisas que não são consideradas como tal, como reduzir o salário de trabalhadores para manter o ganancioso estilo de vida burguês de patrões e acionistas.

Claro que para as elites e para a classe média abastada que puxa o saco dos magnatas, fazer o verdadeiro altruísmo, significaria reduzir o padrão de vida, o que soa como algo suicida para quem pensa de forma gananciosa.

Por isso, para parecer bondoso, nunca se deve praticar o verdadeiro altruísmo. A opção por uma caridade frouxa, que serve mais como consolo do que como uma solução para problemas, soa mais tranquila para as elites. É como dizer aos mais pobres "estou te dando condições para que você aceite a pobreza que nunca irá acabar", dando apenas algo para amenizar a miséria, sem eliminá-la.

É um verdadeiro ato de hipocrisia que serve mais para promover o "benfeitor" que diante da opinião pública passará a ser respeitado e admirado, mesmo cometendo o ato cruel da ganância, sustentando uma vida luxuosa em um nível muito distante da vida miserável de quem é obrigado a se contentar com paliativos dados por alguém que poderia ajudar mais.

"ESPIRITISMO" BRASILEIRO, CÚMPLICE DA GANÂNCIA

O "Espiritismo", que sempre se mostrou cúmplice da ganância capitalista, até por ter a habitualmente gananciosa classe média alta entre membros e seguidores, deveria ser mais responsável diante disto, pois se assume como "a religião da caridade". O hipócrita altruísmo praticado no Brasil nunca resolveu problemas e isso não significa, obviamente, "aumento da energia positiva espiritual" nesta época do ano.

Nunca devemos nos contentar com pouco. Ajuda é aquela que elimina os problemas. Altruísmo malfeito tem que ser repetido muitas vezes. Se para "espíritas" caridade boa é aquela que não ajuda, mas consola, sinceramente temos que admitir que há muita gente perversa e mal intencionada no meio "espírita". Gente que acha que dar migalhas aos pobres, como se estivessem alimentando um cachorro de rua, vai comprar um lugar nos planos espirituais superiores.

Sinceramente o altruísmo não precisa de época fixa para ser praticado. Problemas surgem todos os dias e a urgência de eliminá-los surge em seguida automaticamente. O verdadeiro altruísta - e o ex-presidente Lula é um exemplo do verdadeiro altruísmo - luta para que os problemas despareçam, algo que exige tempo e abnegação, além de um planejamento sério e detalhado.

Pois não se resolvem problemas com cestinhas básicas e presentes. Quem acha que ajudar os pobres é dar esmola e migalhas está cometendo maldade e contribuindo para que o mundo continue como está com problemas e injustiças crônicas que nunca acabam, emperrando o progresso da humanidade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O plano secreto de dominação "espírita" no Brasil

Brasileiros não costumam se interessar por bastidores. O que acontece dentro do cotidiano de instituições, empresas e até mesmo na vida profissional de líderes e celebridades, não desperta nenhuma curiosidade das pessoas, que acham mais bonito imaginar que as coisas acontecem como em lendas e contos de fada, com um pouco de pieguice e muita pompa. O desinteresse pelos bastidores elegeu Bolsonaro, já que muita gente nem sabia que ele já estava na política por mais de 30 anos, invisibilizado por não ter feito nada de marcante durante sua carreira de deputado federal.  O desinteresse pelos bastidores faz acreditar que todo aquele que se assume como "artista" é poeta e cria as canções sem interferência alheia (principalmente de empresários, investidores, produtores e todo tipo de liderança por trás do show business) e sem interesses mercantis. E esse mesmo desinteresse pelos bastidores transformou o "Espiritismo" brasileiro na religião mais honesta, moderna e altruísta,

Apoio a Bolsonaro desmascara o farsante Divaldo Franco

O sábio Herculano Pires havia avisado. Mas ninguém quis ouvir. Desprovidos da capacidade de raciocinar de forma adequada, muitos fiéis do "Espiritismo", confundindo fé cega com aprendizado , elegeram o picareta Divaldo Franco como guru, fizeram crescer o mito e quando é tarde demais resolvem abandonar o barco quando ele já está fundando. Divaldo cresceu enganando a todos com pose de sábio estereotipado, utilizando uma linguagem prolixa que aos ouvidos dos menos racionais passa tranquilo por sabedoria científica. Mas quem é mais atento aos detalhes, sobretudo quem entende de semiologia, percebe logo de que se trata de um farsante a se aproveitar da ignorância alheia para se tornar influente. A carência humana por uma liderança e a incapacidade (ou falta de coragem?) de analisar o discurso fez com que muitos brasileiros se apaixonassem por Divaldo Franco, acreditando ser ele o oráculo divino destinado a melhorar toda a humanidade. Enfim, o castelo encantado do podero

Porque só agora Chico Xavier foi desmascarado?

Diz o ditado que a mentira tem pernas curtas. Esta mentira teve pernas bem longas, durando quase 90 anos. Em 1932, deu-se o início da mentira mais bem sucedida já lançada no Brasil, capaz de enganar intelectuais, laicos, ateus e muita gente séria: o mito de Chico Xavier. De fato, Xavier nunca foi médium. Não que a mediunidade não existisse, mas que o beato de Pedro Leopoldo não estava preparado para isso. Aliás, ele dava sinais claros de esquizofrenia, algo que a esquipe deste blog já aceita como fato real. Muito do comportamento de Chico Xavier se encaixa nos sintomas desta famosa doença psiquiátrica. Xavier nunca passou de um mero beato que queria um lugar para rezar. Gostava praticamente de seguir rituais católicos (da linha medieval, praticada na Minas Gerais no início do século XX) e de ler livros. Escrevia muito bem, embora tivesse pouco conhecimento sobre os fatos cotidianos, demonstrando uma cega confiança na mídia corporativa. Falava com certa dificuldade e tinh