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Chico Xavier, que defendeu a ditadura, achava que felicidade, para o brasileiro, era apenas futebol

Tudo foi feito para que o suposto médium Chico Xavier fosse tratado como um semi-deus. Deram até o "privilégio" de "escolher" a data de falecimento - ocorrido de forma muito estranha - numa data em que  "os brasileiros estivessem felizes" para que "não se desesperassem com a morte de seu guia espiritual". Estranho. Personalidades muito mais populares que o suposto médium morreram sem precisar disso e sem causar transtornos.

Brasileiros felizes. Ora, ora, ora. Se um suposto médium foi incapaz de erradicar a pobreza e nunca cobrou qualidade de vida das autoridades que lhe davam pomposos prêmios, o que seria "felicidade" na opinião de um beato que só queria rezar? 

Reparemos que Xavier morreu no dia em que a Seleção Brasileira de Futebol conquistou seu pentacampeonato mundial. Uma conquista claramente roubada, cheia de irregularidades desde as eliminatórias, pagando adversários para perder. 

Uma vitória conquistada na trapaça e que foi completada com a vitória das esquerdas nas eleições, completando o surrealismo da abstrata felicidade tupiniquim. Vão achar que o Brasil cresceu por causa da seleção (maior símbolo cívico de uma nação nada cívica) e do médium (semi-deus dono da humanidade brasileira) e não pela gestão - de fato competente - de Lula e de sua excelente equipe.

Mas o que passava na cabeça de Chico Xavier, cujos trejeitos e aparência lembram a de um doente mental? Felicidade é futebol? Brasileiros felizes são aqueles mergulhados na ilusão de ver uma bolinha batendo contra uma rede? Para entender melhor isso, devemos saber o que Xavier entendia como "felicidade para os brasileiros" se lembrarmos o que ele disse em um talk show nos anos 70.

Xavier fez uma grande defesa da ditadura militar em sua pior fase, chamando os ditadores e torturadores de "construtores de um reino de amor", numa época em que nenhum brasileiro - a não ser os mais ricos - poderia se sentir feliz. Mesmo os que não estavam sob ameaças de ditadores, estavam na expectativa tensa de ser abordados um dia por algum.

Interessante a noção de "felicidade" do homem estigmatizado como o "mais caridoso que já esteve no Brasil". Talvez fosse o futebol o único direito que os brasileiros mereçam ter. Garrastazu sabia disso e segurou a taça com orgulho e felicidade, junto com a equipe de futebol da época. 

Xavier, apoiador da ditadura e da ilusão do futebol concordava. Não era preciso melhorar a vida de ninguém. Ponha diante de uma TV transmitindo futebol que tudo se resolve. A alegria do futebol é fácil, e barata e não ameaça a ganância dos mais ricos. Líderes religiosos e jogadores de futebol dispensam a burguesia de ter que repartir seu excesso para garantir o minimo de necessidade dos mais carentes. 

Afinal, povo não merece dignidade, povo merece futebol. Pois o Brasil não é mais uma nação, é apenas o nome de um mero time de futebol. 

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