Pular para o conteúdo principal

Pontos em comum entre Chico Xavier e Jair Bolsonaro

O "Espiritismo" brasileiro pode até não assumir, mas sempre deixa vazar seu direitismo. Com a migração maciça dos direitistas brasileiros para Bolsonaro após o fracasso de Geraldo Alckmin, o verdadeiro queridinho das forças conservadoras, é certo que os "espíritas", que nunca engoliram as forças progressistas, façam o mesmo.

Até houve um boato de que Chico Xavier, guru dos "espíritas" brasileiros, havia "previsto" a eleição de Bolsonaro. Absurdo, pois Chico Xavier nunca foi previu nada e a fama de "profeta" é uma tolice inventada pelos admiradores do "médium" na tentativa desesperada de converter o beato mineiro em "ser humano mais poderoso da Terra", embutindo um festival de qualidades.

Mesmo que Chico Xavier não tenha previsto coisa nenhuma, muito menos a eleição de Bolsonaro, há muitos pontos de convergência entre o beato mineiro que fingia conversar com mortos e o ex-militar.sobretudo ideológicos, como a defesa de um moralismo retrógrado e a aversão odiosa a forças progressistas que ajudem de forma eficaz os mais carentes. 

Como não gostamos de calúnia, vamos ser honestos e provar, através de uma lista, os pontos em comum com os dois, ambos ultraconservadores que nada contribuíram para a melhoria do Brasil, embora admiradores de ambos pensem que contribuíram. Vamos à lista.

- Para quem acredita em astrologia - a esquipe deste blog não acredita - Jair Bolsonaro (21/3) e Chico Xavier (2/4) tem em comum o signo solar, famoso pelo autoritarismo, pela irritabilidade e pelo arrivismo. Mesmo que a astrologia não esteja certa, estas características são vistas em ambos, que detestavam ser contrariados.

- Ambos defendiam valores moralistas cristãos, como valorização da família patriarcal (pai, mãe e filhos, com pai autoritário e filhos obedientes), além de demonstrarem racismo, homofobia e machismo em suas declarações. Para Xavier, negros e índios eram sub-humanos¹, gays eram doentes² e confusos, esquerdistas eram sádicos³, e mulheres deveriam se limitar às tarefas do lar*. Se duvidam, leiam as obras e declarações do "médium" (indicações abaixo).

- O anti-esquerdismo de ambos é notório. Tanto o "médium" como o ex-militar classificaram as esquerdas como "ameaça" à ordem e acreditam no mito do "comunismo" (que nunca foi posto em prática no undo, embora seu nome seja frequentemente usado), atribuindo a este as características do fascismo. Na verdade, o fascismo discretamente defendido por ambos é que a ameaça real.

- Ambos eram medíocres nas áreas em que se consagraram. Bolsonaro foi mau militar, se aposentando precocemente após a revelação de um plano terrorista atribuído ao ex-capitão, considerado ato de insubordinação. Como político, Bolsonaro foi um fracasso, sem atuação relevante além de ter sido apoiador do golpe. Xavier foi  deturpador da causa "espírita"e mau filantropo e sua mediunidade se mostrou uma farsa, pois as mensagens não combinavam com as autorias espirituais atribuídas.

- Mesmo medíocres, ambos eram arrivistas. Ou seja, fizeram de tudo para crescer em poder e influência. São líderes absolutos nas ideologias em que defendem e agiram de forma autoritária, não abrindo espaço para contestações. Ambos possuem uma enorme quantidade de seguidores fanáticos.

- Falando nisso, ambos são defendidos de forma agressiva por apaixonados seguidores teimosos e pouco racionais, que acreditam nas mitologias atribuídas a cada um, sem a preocupação em verificar a veracidade do que é dito a favor do "médium e do ex-militar.

- Entre os admiradores de ambos estão membros das elites, o que justifica o direitismo de ambos. Mesmo assumindo algum tipo de altruísmo, que se mostra frouxo, tanto o "médium" quanto o ex-militar assumem uma oposição a forças progressistas, sendo contra formas mais eficazes de caridade, preferindo que a ajuda aos pobres nunca ultrapasse os limites do paliativo, preservando a ganância elitista das forças conservadoras.

- O item anterior sinaliza que Xavier e Bolsonaro sempre tiveram apoio de juízes, grandes empresários, militares e a grande mídia. Como não prejudicam os interesses dos mais ricos, recebem apoio incondicional destes e são usados como instrumentos a ludibriar os mais pobres, se apresentando como "salvadores" destes, favorecendo a influência de ambos sobre a população em geral.

- Ambos defendem o fim dos direitos humanos. Alegam que os seres humanos devem primeiro sofrer para depois alcançar a prosperidade, como se o sofrimento fosse um preço apagar pelo bem estar. Há traços de defesa da meritocracia e da Teologia do Sofrimento em ambos e nota-se que direitos são vistos como um prêmio a ser conquistado através de muita luta, não raramente sangrenta e insuportável.

- Ambos defendem a punição àqueles que não correspondem ao que o "médium" e o ex-militar classificam como "corretos". O conceito de vilania em ambos é subjetivo e com alto risco de cometer injustiças, apontando erros para inocentes e perdoando culpados, apenas por uma questão de afinidade ideológica.

- Xavier e Bolsonaro são considerados "salvadores" da humanidade e muitos de seus admiradores estão dispostos até a perder bens e direitos em favor da submissão ao "médium" e ao ex-militar e dos valores por estes defendidos.

- Apesar de defenderem absurdos, tanto Xavier quanto Bolsonaro tem forte influência sobre pessoas que, apesar de se auto-definirem "inteligentes", condenam a racionalidade e a lógica (consideradas um estereótipo "esquerdista"), fazendo com que ideias sem pé nem cabeça prevaleçam sobre fatos, fortalecendo ainda mais o fanatismo pelos dos mitos.

- Apesar de criticados, ambos os mitos parecem sólidos e demorarão para serem derrubados, apesar da lógica e do bom senso estar do lado oposto de ambos.

------------------------------
NOTAS:
¹ - Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.
² - Sexo e Vida.
³ - Entrevista no Pinga Fogo (TV Tupi).
* - O Consolador.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O plano secreto de dominação "espírita" no Brasil

Brasileiros não costumam se interessar por bastidores. O que acontece dentro do cotidiano de instituições, empresas e até mesmo na vida profissional de líderes e celebridades, não desperta nenhuma curiosidade das pessoas, que acham mais bonito imaginar que as coisas acontecem como em lendas e contos de fada, com um pouco de pieguice e muita pompa. O desinteresse pelos bastidores elegeu Bolsonaro, já que muita gente nem sabia que ele já estava na política por mais de 30 anos, invisibilizado por não ter feito nada de marcante durante sua carreira de deputado federal.  O desinteresse pelos bastidores faz acreditar que todo aquele que se assume como "artista" é poeta e cria as canções sem interferência alheia (principalmente de empresários, investidores, produtores e todo tipo de liderança por trás do show business) e sem interesses mercantis. E esse mesmo desinteresse pelos bastidores transformou o "Espiritismo" brasileiro na religião mais honesta, moderna e altruísta,

Apoio a Bolsonaro desmascara o farsante Divaldo Franco

O sábio Herculano Pires havia avisado. Mas ninguém quis ouvir. Desprovidos da capacidade de raciocinar de forma adequada, muitos fiéis do "Espiritismo", confundindo fé cega com aprendizado , elegeram o picareta Divaldo Franco como guru, fizeram crescer o mito e quando é tarde demais resolvem abandonar o barco quando ele já está fundando. Divaldo cresceu enganando a todos com pose de sábio estereotipado, utilizando uma linguagem prolixa que aos ouvidos dos menos racionais passa tranquilo por sabedoria científica. Mas quem é mais atento aos detalhes, sobretudo quem entende de semiologia, percebe logo de que se trata de um farsante a se aproveitar da ignorância alheia para se tornar influente. A carência humana por uma liderança e a incapacidade (ou falta de coragem?) de analisar o discurso fez com que muitos brasileiros se apaixonassem por Divaldo Franco, acreditando ser ele o oráculo divino destinado a melhorar toda a humanidade. Enfim, o castelo encantado do podero

Porque só agora Chico Xavier foi desmascarado?

Diz o ditado que a mentira tem pernas curtas. Esta mentira teve pernas bem longas, durando quase 90 anos. Em 1932, deu-se o início da mentira mais bem sucedida já lançada no Brasil, capaz de enganar intelectuais, laicos, ateus e muita gente séria: o mito de Chico Xavier. De fato, Xavier nunca foi médium. Não que a mediunidade não existisse, mas que o beato de Pedro Leopoldo não estava preparado para isso. Aliás, ele dava sinais claros de esquizofrenia, algo que a esquipe deste blog já aceita como fato real. Muito do comportamento de Chico Xavier se encaixa nos sintomas desta famosa doença psiquiátrica. Xavier nunca passou de um mero beato que queria um lugar para rezar. Gostava praticamente de seguir rituais católicos (da linha medieval, praticada na Minas Gerais no início do século XX) e de ler livros. Escrevia muito bem, embora tivesse pouco conhecimento sobre os fatos cotidianos, demonstrando uma cega confiança na mídia corporativa. Falava com certa dificuldade e tinh