Para a opinião pública, o "Espiritismo" brasileiro se tornou a religião mais respeitada do país. Com isso, fica a impressão de que o que se convencionou chamar de "Espiritismo" é uma religião sem erros, honesta, humilde, caridosa e inteligente. Não é.
O que faz o "Espiritismo" ser respeitado pelo senso comum, incluindo leigos, laicos e ateus não são as suas qualidades mas a sua discrição, capaz de colocar escândalos debaixo do tapete, escondendo-os da opinião pública.
O "Espiritismo" nasceu de deturpações e isso deu partida a um festival de escândalos que acontecem nos bastidores, longe dos olhos de multidões. Por ser a religião preferida da mídia não-evangélica, o "Espiritismo" ganhou forte blindagem, escondendo de todos tudo de ruim que acontecia dentro de centros e federações. A mídia oficial e a mídia alternativa nunca divulgam as inúmeras irregularidades envolvendo a seita, preservando uma imagem positiva diante da população.
A doutrina brasileira é comandada por uma cúpula interesseira que só vive escondida enquanto garotos propaganda conhecidos como "médiuns" tornavam "imagem" da religião, o "Espiritismo" acumulava dinheiro que supostamente ia para uma caridade cujos resultados nunca foram satisfatórios.
Tido como a "religião da caridade", o "Espiritismo" nunca conseguiu eliminar a miséria, as desigualdades e também não conseguiu educar a sociedade e causar transformações no caráter e na inteligência das pessoas. Mesmo com a influência fanatizante de Chico Xavier, um verdadeiro ópio humano, o Brasil não conseguiu melhorar a sua sociedade e suas condições de vida, cada vez piores a cada ano, principalmente com a vitória de Bolsonaro, afinado com ideais conservadores chiquistas.
Tendo como "origem" uma doutrina racional, o "Espiritismo" brasileiro se reduziu a uma igreja de fé cega, com dogmas absurdos e contraditórios. Mas este fato é desconhecido pela grande parte da população que pensa ser a versão brasileira fiel ao original francês, colocando em Allan Kardec a responsabilidade pelas maluquices inventadas pelos deturpadores brasileiros.
Mas ninguém sabe disso. O prestígio ganho por "médiuns" como Chico Xavier, somado a fama de filantropo que o consagrou completam a boa imagem que o "Espiritismo" tem perante a opinião pública. O fato de ser a "religião oficial da caridade" tem evitado que pessoas pesquisem mais sobre a seita e saiba de fato o que acontece por dentro e porque tem tantas contradições em seu repertório dogmático.
Ninguém consegue perceber que a doutrina dos espíritos e tão suja quanto os neo-pentecostais (que inclusive tem afinidade na orientação política, também escondida da opinião púbica), com lideres interesseiros, mentirosos e corruptos, mas que tem a capacidade de colocar para debaixo do tapete todos os escândalos e fraudes que são frequentes dentro do "Espiritismo" brasileiro.
A discrição e a cautela com a sua imagem tem feito o "Espiritismo" ser a religião mais respeitada do Brasil, mesmo com deturpações, contradições e escândalos. Mas até quando isso irá se manter?
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