A direita, classe ideológica relacionada com as forças conservadoras que desejam a manutenção do sistema de leis e privilégios, é normalmente egoísta, gananciosa e não raramente sádica. O bem estar alheio não interessa para as forças conservadoras.
Mesmo assim, elas precisam criar uma imagem de falso altruísmo para atrair a confiança e a admiração da opinião pública. Assumir maldades nunca é bom para quem precisa do apoio de multidões e da proteção da lei. Por isso, a direita, mesmo egocêntrica, arruma um jeito de parecer altruísta. mesmo que de mentirinha.
Claro que para quem é egoísta, a caridade feita não pode prejudicar as classes dominantes, detentoras de todo o poder econômico do planeta. Nada de melhorar a distribuição de renda. Leis a favor dos mais pobres? Nem pensar! O jeito foi criar formas paliativas de caridade que servem apenas como consolo aos mais pobres e promoção na imagem de quem ajuda.
O modelo de ajuda em que mantimentos (alimentos, roupas, brinquedos, livros, etc.) são doados em quantidade limitada, ou uma ajuda plena feita a um número limitado de pessoas, parece ser o modelo ideal para as forças conservadoras. O modelo não foi inventado pelo "Espiritismo" brasileiro, mas foi consagrado por Chico Xavier que equivocadamente é tido como maior filantropo do Brasil.
O modelo de caridade consagrado pelo "Espiritismo" brasileiro é exatamente o mesmo desejado pela direita em geral. Ela é observada em campanhas organizadas por grandes empresas (como a Criança Esperança, a Teleton, a Together for Good, o McDia Feliz, etc.), ONGs, instituições de caridade, grupos religiosos e mesmo praticadas durante décadas, mostram incapazes de tirar pobres da miséria e nunca conseguem eliminar desigualdades, injustiças e problemas relacionados com este problema crônico.
Curiosamente, quando a política resolve tomar atitudes que realmente tirem pobres da miséria, as forças conservadoras agem rapidamente para evitá-las, não raramente difamando e punindo quem ouse dar benefícios reais as classes menos favorecidas. Pois dar benefícios reais significa acabar com os privilégios de gananciosos, algo sagrado para quem segue as ideologias conservadoras.
Afinal, para a direita, as injustiças são justas porque os privilégios dos mais ricos são considerados uma espécie de 'prêmio" pela "batalha" na luta pela sobrevivência, como reza a cartilha da Meritocracia, estranha tese criada para justificar e validar a ganância humana.
Mas não se iludam: o "Espiritismo" brasileiro, principalmente na figura de Chico Xavier, compartilha do mesmo ponto de vista meritocrático. Xavier sempre foi um ultra-conservador e sua caridade nunca foi além do mero paliativo. Somente o fanática idolatria ao "médium" pode fazer acreditar que Xavier mudou o mundo com a sua caridade, quando os resultados dela são pífios ou ausentes.
O "Espiritismo" que nunca perde a oportunidade de assumir seu direitismo, defende a caridade paliativa. Uma seita de lideranças muito bem confortáveis, com um satisfatório nível de qualidade de vida, dotada de bens mais do que dignos, não pode apoiar o altruísmo pleno. Essas lideranças perderiam com isso.
Na Terra de provas e expiações, a ganância humana ainda é um valioso bem a ser preservado por quem acha que os ricos são merecedores de toda a prosperidade, conquistada as custas de sofrimento dos menos favorecidos. Tudo feito com as bençãos do "boníssimo" Chico Xavier, o padroeiro da caridade paliativa de resultados meramente pífios.
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