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Neo-pentecostais merecem o mesmo respeito (ou desprezo) que os "espíritas"

O episódio envolvendo o latifundiário que finge ser "médium" se tornou um escândalo por motivos que envolvem sexualidade. Mas nos bastidores, é sabido que João de Deus não é somente um tarado. Integrante de uma religião deturpada, cheia de dogmas contraditórios, João também está envolvido em acusações de violência, roubo e sobretudo, charlatanismo.

Mas há quem o blinde, mesmo admitindo verdade nestas acusações. O "Espiritismo" brasileiro ainda goza de um grande respeito na opinião pública. É consagrada como a mais humilde e honesta religião, por não ostentar riquezas, por - supostamente - não se envolver em corrupção e por manter uma discrição em seus ritos. Além disto é a religião que patenteou a caridade, mesmo feita de forma apenas precária e paliativa.

Para muitos, o que acontece em outras religiões, é impossível de acontecer no movimento "espírita". O que é um erro, pois dentro de quatro paredes, tudo pode acontecer e ficar por lá mesmo, desde que não seja comentado fora destes ambientes. O enriquecimento misterioso de donos e administradores de "centros é um bom sinal de que devemos estar atentos".

Mas as críticas são sempre direcionadas aos neo-pentecostais. Porque somente os neo-pentecostais? Como se os erros destes fossem incapazes de serem cometidos por "espíritas", seres humanos tão falhos e com os mesmos interesses. A confiança cega no "Espiritismo" brasileiro tão cheio de falhas e contradições, chega ao mais intenso e doentio fanatismo.

O escândalo de João de Deus se limita a criticar os abusos sexuais. Ninguém se lembrou de tratar de um charlatão, de um farsante que finge o poder de curar para obter fama, dinheiro e poder. Sim, poder pois, sendo um dos maiores latifundiários de Abadiânia, João de Deus manda na politica local.

Do Kardec falsificado e da corrupção de Bezerra de Menezes do início, passando pelas fraudes de Chico Xavier e pela farinata e medievalismo de Divaldo Franco, este denunciado como impostor pelo sensato Herculano Pires, sempre existiram escândalos entre os "espíritas", mas todos cuidadosamente soterrados antes de alcançar a opinião púbica.

A mídia corporativa - seguida pela mídia alternativa neste aspecto - sempre se preocupou em criticar a postura de neo-pentecostais - e às vezes da pompa dos católicos - como se fossem destes os únicos erros cometidos por religiosos.

É um equívoco pensar assim, pois se pesquisarmos com mais atenção e detalhes, veremos que o "Espiritismo" é a religião que mais erra no mundo, pois além de todos os erros, o próprio repertório dogmático dos "espíritas" é confuso e contraditório, graças a recusa de estudar o Kardec que tanto bajulam. Uma religião cheia de contradições não serve como modelo de sabedoria.

Se neo-pentecostais erram, "espíritas" também erram. Ambos merecem o mesmo respeito, quando acertam e também as mesmas críticas quando erram. Seletividade é desonestidade, pois todos devem responder pelos erros da mesma forma, sem distinção de pessoa, mas sempre de acordo com o erro cometido. Portanto, neo-pentecostais e "espíritas"merecem o mesmo tratamento, de acordo com as suas atitudes.

João de Deus é um charlatão e não é o único. Abram o olho.

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