Para os "espíritas", a figura mais importante nunca foi o codificador, reduzido a um misto de objeto de bajulação e "cartório" a autenticar os dogmas absurdos inseridos no "Espiritismo" brasileiro. Chico Xavier sempre despertou mais simpatia dos "espíritas" brasileiros por representar o igrejismo e a rudimentalidade que agrada aqueles que não estão dispostos a raciocinar, mas apenas a rezar e adorar.
Xavier garantiu a relativa popularidade ao "Espiritismo" brasileiro. Suas contradições (o "médium nunca deixou de ser católico e inseriu no "Espiritismo" brasileiro a sua fé pessoal, frequentemente contraditória com pontos importantes da doutrina) impediram a religião de ir além dos 2% de todos religiosos brasileiros. Mas no Brasil, com mais de 220 milhões de habitantes, 2% é ainda muita coisa.
Na verdade, o suposto "médium" mineiro nunca foi de fato um "espírita". Ele era apenas um beato a procura de uma igreja para rezar, pois sempre foi, desde jovem, um religioso fanático e tinha a fé como sua meta na vida. Mas alucinações confundidas com paranormalidade o expulsaram do Catolicismo e ele saiu a procura de um lugar para rezar, sendo acolhido pela FEB e transformado em garoto propaganda do "Espiritismo" brasileiro.
Percebendo que aquele beato era um rapaz simpático e carismático, conquistando amizades com relativa facilidade, apesar da provável esquizofrenia nunca mencionada, a FEB decidiu transformá-o numa espécie de "liderança", aos poucos se tornando uma espécie de "papa" do "Espiritismo" brasileiro, na verdade um Neocatolicismo com características medievais, sem batina e sem pompa e que acreditava em reencarnação e na comunicação entre os mortos. Acreditava, bom frisar.
A popularidade de Xavier, transformado ao mesmo tempo em liderança e servo da igreja dos espíritos, oferecendo um trabalho de "comunicador com os mortos" para consolo de mães que teimavam em não aceitar o falecimento de seus filhos - algo biológico, natural, pois os corpos dos filhos são na verdade parte dos corpos das mães - que ao invés de serem consoladas com uma conversa amiga, foram "agraciadas" com o show exótico do "carteiro dos mortos".
Este sujeito que enganou a todos com a sua simpatia e a sua suposta solidariedade, por favorecer a FEB e muitas lideranças "espíritas" que ganharam rios de dinheiro seguindo o modelo do "médium" mineiro, tem que ter o seu prestígio preservado na opinião pública, para que mais lucros venham. E não pensem que são para a caridade, pois se fossem, as desigualdades teriam sido eliminadas no Brasil. Fatos mostram que mesmo com Xavier, as desigualdades e injustiças sociais só aumentaram.
SEM LIDERANÇAS NOVAS, O JEITO FOI "RESSUSCITAR" A VELHA
Para preservar a imagem do "médium", seu nome já começa a entrar novamente em moda. Principalmente por causa da tal "profecia", a risível "Data Limite", resultante de um sonho com traços igrejeiros, que se concretizaria em 2019. "Colecionador de qualidades", seus fãs decidiram atribuir mais uma qualidade, a de profeta, para que a condição de semi-deus seja completada.
O nome do "médium" já começa a aparecer em textos, sobretudo os de politica esquerdista (??!!), apresar do "médium ter sido um anti-esquerdista ferrenho. Mas todos que acreditam na caridade, mesmo a praticada precariamente, ainda sentem a necessidade de louvar o nome do beato de Pedro Leopoldo, alçado a semi-deus, proprietário da caridade e "tutor" da humanidade.
Para continuar mantendo a fanática admiração pelo beato, mais um documentário está sendo lançado sobre ele, Quando Lembro de Chico, com depoimentos de pessoas que conviveram com ele. O documentário foi produzido por Juliano Pozati (lembra o Pozzobom da Lava Jato, apoiada pelos "espíritas" tupiniquins), o mesmo que transformou em documentário a tese delirante da "Data Limite". Com muito dinheiro e tempo jogados na lata de lixo.
Este documentário com reles caraterísticas de louvor e adoração, assim como a presença do nome do "médium" em textos e mais textos, além de vídeos e mais vídeos, tem a única intenção de manter vivo o nome do "médium", para que o decadente "Espiritismo" brasileiro, incapaz de explicar a realidade com seus dogmas absurdos, confusos e contraditórios, continue existindo.
Na falta de jovens para liderar a forma delirante de "Espiritismo" que sempre existiu no Brasil, nada melhor que ressuscitar uma velha liderança. Para que tudo fique na mesma no caótico quartel bolsonarista chamado Brasil.
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