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Progressistas apelam para defender o conservador neo-medieval Chico Xavier

O fanatismo religioso é algo doentio. Pessoas elegem seus ídolos na esperança que estes façam por elas ou no mínimo sirvam de amuleto a atrair energias favoráveis ou satisfazer delírios religiosos. religiosos não conseguem aceitar que a natureza funciona sem a intervenção humana e por isso elegem cada santo para cada fenômeno natural. 

Quem pensa assim exige a preservação de lideranças religiosas no imaginário humano e também o respeito cego a elas. Por isso o apego doentio à ídolos religiosos. Por ser uma questão de fé e não de lógica, não importam os fatos. Importa é a adoração ao tal ídolo.

Isso explica a insistência de muitas personalidades de mentalidade progressista em cultuar e adorar o charlatão Chico Xavier, um direitista convicto e religioso de mentalidade neo-medieval. Nem mesmo os preconceitos e os delírios do "médium" conseguem afastar pessoas normalmente lúcidas do campo progressista da influência do beato conservador.

Para que os progressistas pudessem manter a adoração cega a Chico Xavier, foi preciso apelar para dois fenômenos: o Pensamento Desejoso (Wishful Thinking) e as notícias falsas (Fake News). Não dá para progressistas cultuarem um conservador sem inventar mentiras sobre ele.

Claro que a FeB poupou parte do esforço em construir, com base no modelo de Malcolm Muggeridge (o jornalista católico que inventou o falso mito da Madre Teresa de Calcutá), forjando um ativismo social que nunca existiu para Chico Xavier, que curiosamente condenava movimentos sociais.

Mas foi necessário esconder muitas declarações de Chico Xavier que o revelariam seu conservadorismo neo-medieval cheio de preconceitos. Foi preciso reforçar seu falso altruísmo (incapaz de eliminar a miséria humana) e criar falsas associações com a esquerda. 

Talvez culpar os "espíritos" pelo conservadorismo do "médium" seja uma boa ideia para os esquerdistas fanáticos pelo beato. Culpar "espíritos" é costume dos "espíritas" para fugir de enrascadas, abdicando da responsabilidade por erros cometidos.

Reinterpretar textos do "médium" para que parecessem apologias ao Comunismo também é uma tática que tem sido utilizada ultimamente. Recentemente, um texto de Emmanuel e o próprio Nosso Lar (obra de ficção que mostra o mundo espiritual com características materiais, contrariando Kardec) foram reinterpretados como "de esquerda", forçando a barra para que o "médium" invertesse a sua ideologia.

O próprio estigma associado ao "médium" de "maior filantropo do mundo" (embora eu nunca tenha visto ou ouvido falar de Xavier envolvido em causas humanitárias) reforça a mitologia falsa que ilude as forças progressistas. Mas outros fatores tem sido acrescentados para que o beato soasse progressista aos olhos mais ingênuos.

A associação com a Ufologia, com ficção científica e com profecias futuristas tem reforçado ainda mais o mito do progressismo do neo-medieval Chico Xavier. Em 2019, o atributo de "profeta" dado ao beato será posto em prova e isso tem excitado muitos progressistas, que usam tais aspectos para promover na marra o "médium" como semi-deus colecionador de qualidades sobre-humanas.

Tudo isso não passa de um forçamento de barra para satisfazer uma idolatria cega por um charlatão que conseguiu enganar a todos com maestria a ponto de iludir também muita gente que costuma demonstrar uma brilhante lucidez em outras oportunidades, mas erra feio ao idolatrar Chico Xavier, uma figura criada para estimular as paixões religiosas mais alucinadas.

Chico Xavier enganou a todos direitinho. Afinal, como enxergar progressismo em um cara que pedia para agradecermos o sofrimento, que dizia que gays seriam doentes, que negros eram sub-humanos, que mulheres foram feitas para o lar, e que a ditadura militar - incluindo seus torturadores - estavam construindo "um reino de amor"?

Só sendo bem doido para considerar Chico Xavier uma personalidade progressista. 

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