Para o senso comum, o "Espiritismo" brasileiro é a religião mais honesta do país. Para muitos, ela é honesta, humilde e caridosa e para quem não a conhece a fundo - inclusive muitos seguidores - além de parecer totalmente fiel ao que Allan Kardec fazia, o que não é verdade.
Mas vamos nos ater a um aspecto pouco falado sobre a versão brasileira - e deturpada - da doutrina. Falamos muito da deturpação, de dogmas confusos e de outros aspectos criados pela versão brasileira. Nesta postagem, vamos falar dos possíveis e muito bem guardados escândalos financeiros.
Sim, porque os dirigentes da FeB não são santos. E se houve a necessidade de deturpar os conceitos, apesar de fingir segui-los com rigor, é porque havia interesses - bem materiais, vale destacar - entre lideranças e personalidades ligadas à versão deturpada da doutrina.
Membros da equipe deste blog sempre questionaram porque donos de centros "espíritas" possuem um considerável nível de qualidade de vida, se em tese, vivem uma vida de humildade, caridade e abnegação. Como lideranças "espíritas" conseguem ter uma vida boa demais para quem pretende aparentar humildade?
Para prevenir escândalos, "espíritas" tem uma resposta pronta para isso, legitimada como dogma da religião: "como nos envolvemos com caridade, "Jesus" permite que a bondade que fazemos ao próximo nos retorne como benefício em nossas vidas particulares". Pura cara de pau!
Mas como o enriquecimento secreto dos "espíritas" virou um dogma, como uma espécie de "prêmio" (??!!) pela caridade praticada, casos deste tipo não chegam ao conhecimento da opinião pública, evitando o surgimento de escândalos que colocariam em xeque as tão admiradas qualidades "espíritas".
CHICO XAVIER E A VENDA DOS LIVROS
Um dos mitos que fazem Chico Xavier ser tratado como um semi-deus e admirado até por quem deveria reprová-lo, como ateus e progressistas, é o de que o "médium" doou todos os direitos autorais de suas obras para a caridade. Seria admirável, se nos esquecermos de vários detalhes:
- A caridade de Chico Xavier não eliminou a miséria de seus assistidos;
- Há um empenho insistente da FeB em manter o mito e impulsionar a venda dos livros;
- O conteúdo dos livros é cheios de erros e absurdos e dá sinais de que não foram psicografados;
- O combate ao charlatanismo sempre poupou Chico Xavier, mesmo em escândalos escancarados, mostrando a necessidade de preservá-lo para que os livros continuem vendendo.
Há muita controvérsia em relação aos livros de Chico Xavier. Mesmo frágil e doente, ele foi obrigado a continuar escrevendo. Foi criada uma lenda de que o padre jesuíta Emmanuel tenha obrigado a continuidade da produção pois os livros teriam mensagens úteis para a evolução da humanidade. Úteis? Um monte de bobagens cheias de erros e absurdos?
Na verdade, sempre houve a necessidade de vender os livros para manter os cofres da FeB, uma entidade riquíssima, sempre cheios. O patrocínio da FeB para filmes "espíritas" (ou neo-bíblicos) dá sinais de que a entidade possui muito dinheiro, não reservado para a caridade.
Há muito interesse em manter o "Espiritismo" deturpado de pé (sem qualquer iniciativa de corrigir seus dogmas confusos e contraditórios), pois a sua relativa popularidade serviria de farta fonte de lucros para lideranças que não tem o cuidado de esconder a muito bem remunerada qualidade de vida que possuem, mesmo tendo empregos de pouca remuneração.
UM EXEMPLO, PARA OBSERVAR
Anos atrás, um dos parceiros deste blog foi assistir uma palestra de um famoso "médium", nos tempos em que nosso amigo ainda acreditava na deturpada doutrina. No momento em que o "médium" chega, este aparece com um jipe raríssimo importado, daqueles que quase ninguém possui.
Detalhe: o "médium" era então um reles servidor público, com cerca de 3.000 de salário mensal na época. O "médium" era famoso por pintar quadros e manter uma instituição de caridade, onde crianças, em sua maioria órfãs e negras, eram trancadas em seus aposentos, nunca participando das palestras de seu "tutor".
Essas crianças ainda trabalhavam como guardadoras no estacionamento da entidade, ganhando como dinheiro apenas a eventual ajuda dada por quem estacionava no lugar para assistir as palestras cheias de piadas contra pessoas gordas e mulheres loiras(??!!).
O mesmo "médium" é envolvido em denúncias de invasão de terreno, falsificação de quadros - ele fazia pinturas "mediúnicas" - não-pagamento de médicos e outras irregularidades. Fingia receber outro espírito ilustre, falsamente considerado como "superior", mas que na sua encarnação mais famosa foi um político corrupto, autoritário e de temperamento difícil.
As palestras deste "médium" eram frequentados pelas pessoas mais ricas na cidade onde atuava, incluindo algumas celebridades e cantores medíocres. Normalmente a entidade vivia vazia quando este "médium" não estava presente.
Ultimamente, o "médium", aos moldes do personagem Tim Tones, de Chico Anísio, pedia ajuda financeira da plateia através de depósitos em dinheiro vivo em uma sacolinha que passava de mão em mão. Observando o carrão que pertence ao "médium", dá para perceber qual o beneficiado da caridade praticada pelos frequentadores do ambiente.
COMO ACABAR COM ISSO?
Analisamos esta questão e a única conclusão chegada foi a de extinguir a versão deturpada da religião, fechar centros "espíritas" e punir "médiuns" (incluindo os mais prestigiados) por charlatanismo. Depois disso, começar a doutrina do zero, apagando tudo que foi feito no Brasil até agora, passando a seguir rigorosamente as recomendações de Allan Kardec e evitando ao máximo de fazer das atividades um meio de ganhar dinheiro fácil.
Claro que as entidades terão que receber dinheiro para se manter, já que Allan Kardec não é tão popular quanto as sandices alucinadas de Chico Xavier et caterva. A preocupação com a parte científica original espanta muita gente e desestimula o patrocínio, obrigando os lugares de estudos espíritas (sem aspas) a lutar para se manter.
Mas seguindo rigorosamente as recomendações kardecianas e evitando ao máximo a transformação do "Espiritismo" em uma igreja, como ela tem sido até hoje, há uma chance de realização de trabalhos realmente honestos focados na transformação da humanidade, algo que com todo o suposto amor, nunca foi alcançado por Chico Xavier, na verdade um grande embusteiro a arruinar toda uma doutrina.
Só para lembrar: Chico Xavier não morreu pobre e foi internado no melhor hospital de Uberaba, geralmente destinado às pessoas mais ricas da cidade.
Comentários
Postar um comentário