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Quem fica o tempo todo dizendo que é, é porque não é

O "Espiritismo" brasileiro gosta de dizer que é a "religião oficial da caridade". Fala o tempo todo em caridade - aliás mais fala do que faz - e se acha detentora da patente do altruísmo no Brasil. Transformou um beato esquizofrênico em um "médium" superpoderoso e altruísta intenso, para reforçar a fama da doutrina brasileira. Tudo sem mexer um dedo para acabar com a miséria no Brasil.

Isso provocou uma tara nos esquerdistas que acreditam no "Espiritismo" brasileiro, tratando de confundir a doutrina com ativismo sócio-econômico. O fato do "Espiritismo" falar o tempo todo de caridade foi entendido como se esta fosse a finalidade final (desculpe o proposital trocadilho) dos "espíritas", como se estes fossem desejosos pela justiça social e pelo fi da miséria.

Na prática não existe nada disso. O "Espiritismo" brasileiro usa a caridade para tentar oferecer um diferencial em relação às outras religiões. Mas na verdade, ela age igualzinho a qualquer religião que use a filantropia como razão de ser.

Até porque a filantropia religiosa existe para compensar a ganância capitalista, que é respeitada e até sacralizada pelas religiões existentes o país. Para não mexer nos sagrados interesses dos mais ricos dá-se aos pobres apenas o paliativo. Afinal, pobres são considerados sub-humanos e por isso não se deve caprichar muito na caridade, dando aos pobres uma ajuda nunca além da precária.

Trocando em miúdos, a caridade religiosa existe para que a justiça social não possa ser feita. Justiça social significa ricos menos ricos. Justiça social significa o empobrecimento e a redução do padrão de vida de poderosos magnatas. Justiça social significa o fim do poder político dos magnatas e da capacidade deles de pagar qualquer um para fazer o trabalho sujo de preservar a ganancia capitalista.

Como pobres não podem ter direito a uma vida digna, o que significaria tirar dinheiro e privilégios dos mais ricos, os mais carentes devem ser tutelados pelas religiões que oferecerão uma forma precária de altruísmo que pelo menos não atrapalha com os interesses dos mais ricos e nem mexem no patrimônio dos poderosos magnatas, que continuarão sendo os homens mais ricos do mundo.

Ingênuo quem pensa que a caridade religiosa não faz parte do sistema de preservação da ganância capitalista. Mais ingênuo ainda é aquele que pensa que a caridade religiosa existe para combater a ganância capitalista. 

Religiões sempre foram muito úteis ao Capitalismo. A ideia da existência de Deus, um poderoso homem a governar o universo (a inteligência suprema citada pelos espíritos a Kardec não seria necessariamente um homem, do contrário que os "espíritas" pensam), nos ensina a temer as lideranças que nunca vemos, como é o caso dos maiores empresários do mundo.

Ou seja, além de criar um conformismo e uma ilusão de que os pobres estão devidamente tutelados, a caridade religiosa ainda serve para proteger a ganância dos mais ricos e de manter a obediência de toda a humanidade aos homens mais ricos do mundo, cujos nomes e aparências não conhecemos.

O "Espiritismo" brasileiro, que alardeia para todos os cantos que é a "religião oficial da caridade", é cúmplice deste sistema injusto, pois em mais de 130 anos, nunca conseguiu acabar com a miséria e as injustiças que a original. Sequer orientou os ricos que seguem a doutrina a abrirem mão da ganância.  

Passou toda a sua existência enganando a todos com uma caridade frouxa, paliativa, precária e sem resultados significativos. Como a maioria das religiões, serviu apenas como meio de forjar o bom-mocismo de forças gananciosas a controlarem o sistema através da imobilização social, mantendo todo o sistema injusto como está.

Se o "Espiritismo" fala muito em caridade e tem que provar todo o tempo que a faz, é porque não é caridosa e que isso só serve para adquirir respeito e admiração da opinião pública e consequentemente o aumento do "rebanho" de fiéis a engordar cofres de lideranças pouco interessadas em ver um mundo mais justo sem divisão de classes.

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