Pular para o conteúdo principal

Quem fica o tempo todo dizendo que é, é porque não é - Parte 2

"Espíritas" são orientados a duas coisas: primeiro, assumir publicamente seu orgulho por seguir a doutrina; segundo, admitir que "só existe um Espiritismo", o "de Kardec". Pura balela. São iniciativas que tentam por debaixo do tapete toda a deturpação que transformou a doutrina em uma igreja de fé cega e dogmas absurdos e contraditórios.

Quase nada há de originalmente espírita no "Espiritismo" brasileiro que, graças a um bando de dissidentes católicos e mais ainda após a entrada de Chico Xavier, recebeu tantos enxertos doutrinários que hoje mais parece um Catolicismo a paisana que acredita - eu disse ACREDITA -  em reencarnação e na comunicação com os mortos.

Mas como dá prestígio assumir que segue Allan Kardec, se adotar uma só linha de seus pontos básicos, os "espíritas" brasileiros seguem idolatrando o professor lionês sem conhecer realmente suas ideias, aceitando com tranquilidade as loucuras colocadas pelos "espíritas" catolizados brasileiros como se fizessem parte da doutrina original.

Por isso que os seguidores são orientados a assumir publicamente que são "espíritas". Quem não é tem que ficar provando o tempo todo que é. Parece que para os "espíritas" brasileiros não é muito confortável assumir que segue uma nova e híbrida forma de Catolicismo. 

Ser "espírita" virou motivo de orgulho para uma multidão da lunáticos que acredita nas mentiras inventadas por um beato caipira mineiros metido a "paranormal". E por isso assumir o rótulo, acreditando estar seguindo a doutrina original parece ser tão bom, junto com a crença de que o que se pratica no Brasil é o que foi descoberto na França.

Achar que no Brasil se pratica o Espiritismo (sem aspas) original só é possível para aqueles que desconhecem a obra de Allan Kardec. E pelo jeito são muitos os que sequer leram uma linha  escrita pelo pedagogo lionês. A irracional tese inventada por um grupo de malucos de que Xavier e Kardec eram a mesma pessoa ainda reforça a ilusão de que as duas doutrinas homônimas seriam uma só.

Na verdade, existem muitos "Espiritismos" já que cada palestra aparece uma tese nova, contradizente com outras teses contraditórias a esta. O "Espiritismo" virou uma seita de achismo e cada pessoa inventa um dogma sem pé nem cabeça para pôr na doutrina, causando uma imensa bagunça.

 Assim a proposta original do professor lionês vai por água abaixo, transformada em um desfile de bobagens que confortam mentes iludidas pouco dispostas a raciocinar com seriedade.Um grave erro que causou o imenso estrago de travar a evolução humanitária do povo brasileiro. 

Isso acabou resultando no retrocesso visto hoje, onde um bando de lunáticos decide jogar no lixo todo o avanço aprendido no século XX, para ver a humanidade toda seguindo convicções pessoais de uns poucos.

A deturpação feita pelo "Espiritismo" brasileiro agora cobra seu preço, com uma sociedade amalucada, que luta contra os próprios direitos e quer que a fé cega se sobreponha à racionalidade. Um preço muito caro que agaremos por preferir acreditar e louvar do que raciocinar e verificar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O plano secreto de dominação "espírita" no Brasil

Brasileiros não costumam se interessar por bastidores. O que acontece dentro do cotidiano de instituições, empresas e até mesmo na vida profissional de líderes e celebridades, não desperta nenhuma curiosidade das pessoas, que acham mais bonito imaginar que as coisas acontecem como em lendas e contos de fada, com um pouco de pieguice e muita pompa. O desinteresse pelos bastidores elegeu Bolsonaro, já que muita gente nem sabia que ele já estava na política por mais de 30 anos, invisibilizado por não ter feito nada de marcante durante sua carreira de deputado federal.  O desinteresse pelos bastidores faz acreditar que todo aquele que se assume como "artista" é poeta e cria as canções sem interferência alheia (principalmente de empresários, investidores, produtores e todo tipo de liderança por trás do show business) e sem interesses mercantis. E esse mesmo desinteresse pelos bastidores transformou o "Espiritismo" brasileiro na religião mais honesta, moderna e altruísta,

Apoio a Bolsonaro desmascara o farsante Divaldo Franco

O sábio Herculano Pires havia avisado. Mas ninguém quis ouvir. Desprovidos da capacidade de raciocinar de forma adequada, muitos fiéis do "Espiritismo", confundindo fé cega com aprendizado , elegeram o picareta Divaldo Franco como guru, fizeram crescer o mito e quando é tarde demais resolvem abandonar o barco quando ele já está fundando. Divaldo cresceu enganando a todos com pose de sábio estereotipado, utilizando uma linguagem prolixa que aos ouvidos dos menos racionais passa tranquilo por sabedoria científica. Mas quem é mais atento aos detalhes, sobretudo quem entende de semiologia, percebe logo de que se trata de um farsante a se aproveitar da ignorância alheia para se tornar influente. A carência humana por uma liderança e a incapacidade (ou falta de coragem?) de analisar o discurso fez com que muitos brasileiros se apaixonassem por Divaldo Franco, acreditando ser ele o oráculo divino destinado a melhorar toda a humanidade. Enfim, o castelo encantado do podero

Porque só agora Chico Xavier foi desmascarado?

Diz o ditado que a mentira tem pernas curtas. Esta mentira teve pernas bem longas, durando quase 90 anos. Em 1932, deu-se o início da mentira mais bem sucedida já lançada no Brasil, capaz de enganar intelectuais, laicos, ateus e muita gente séria: o mito de Chico Xavier. De fato, Xavier nunca foi médium. Não que a mediunidade não existisse, mas que o beato de Pedro Leopoldo não estava preparado para isso. Aliás, ele dava sinais claros de esquizofrenia, algo que a esquipe deste blog já aceita como fato real. Muito do comportamento de Chico Xavier se encaixa nos sintomas desta famosa doença psiquiátrica. Xavier nunca passou de um mero beato que queria um lugar para rezar. Gostava praticamente de seguir rituais católicos (da linha medieval, praticada na Minas Gerais no início do século XX) e de ler livros. Escrevia muito bem, embora tivesse pouco conhecimento sobre os fatos cotidianos, demonstrando uma cega confiança na mídia corporativa. Falava com certa dificuldade e tinh