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A Responsabilidade da Caridade "Espírita"

De uma instituição famosa, rica, com prestígio e tida como "seguidora dos altos planos do universo", se esperaria uma caridade mais eficiente, que mudasse as leis a favor dos mais pobres, que eliminasse as injustiças sociais e reduzisse as desigualdades entre ricos e pobres. Seria uma caridade poderosa que eliminasse de vez a miséria no Brasil, tornando o país mais justo e próspero da Terra.

Mas não é isso que vemos. A caridade estimulada e praticada pelo "Espiritismo" brasileiro é a mesma caridade praticada pelas pessoas físicas e com poucos recursos: cestinhas básicas, sopas aguadas, agasalhos mofados, doação de objetos e muitas, mas muitas mensagens consoladoras, coisas que qualquer mortal teria capacidade de fazer e que não dignifica ninguém para se candidatar a ganhar um lugar nos planos superiores.

Interessante que as instituições "espíritas" fazem muito alarde com este tipo de caridade paliativa. Muitos acreditam estar mudando o mundo através da doação de cestas básicas e de agasalhos. Vários acreditam estar "comprando" lugares no céu com isso. Todos são louvados pelos seguidores por iniciativa tão inócua.

Claro que sendo feita por pessoas comuns de poucos recursos, este tipo de caridade seria válida, mesmo provisoriamente. Mas não para uma instituição rica, prestigiada e com influência sobre autoridades, que teria condições de fazer muito mais que isso. Curioso, e ao mesmo tempo lamentável, que lideranças "espíritas", ao receber prêmios e reconhecimentos (por esta caridade paliativa) de autoridades, nunca cobram destas alguma medida para acabar com a miséria.

Isso é ruim para uma doutrina que espalha para todos os cantos que é detentora da patente da caridade. "Espíritas" são famosos por serem caridosos. Isso faz a doutrina ser respeitada por outros religiosos, por leigos, por laicos e até por ateus. Todos se acostumaram a ver no "Espiritismo" brasileiro uma doutrina 100% humilde e 100% honesta, o que não é verdade.

O próprio apoio da FeB e de personalidades "espíritas" ao golpe de 2016 e ao governo fascista de Jair Bolsonaro, já rompe com o compromisso com o bem estar dos mais necessitados, sinalizando a ruptura drástica com a verdadeira caridade tão banalizada pelo "Espiritismo" brasileiro. Não há nada menos caridoso do que apoiar ditaduras de direita, comprometidas com a ganância dos mais ricos e com o prejuízo dos mais pobres.

Desde que se instalou no Brasil, com ideais roustainguistas e não kardecianos, o "Espiritismo" nada fez que realmente pudesse ser entendido como uma caridade eficiente. Nunca conseguiu melhorar a sociedade, mantendo na ignorância da cega fé "raciocinada".

Além disso, nada fez para eliminar as injustiças sociais, além de apoiar, mesmo sem assumir, autoridades gananciosas e corruptas que age em prol da ganância capitalista. "Espíritas" sempre condenaram políticos e lideranças que realmente lutaram em prol do bem estar dos mais carentes, acusando-os de corruptos e anti-cristãos. Para "espíritas", político bom não ajuda os mais pobres.

Assim, "espíritas" sempre preferiram formas paliativas de caridade, que não transformam, mas servem apenas de consolo para problemas nunca resolvidos de fato. Uma forma de caridade que não incomoda os mais ricos, mas serve para promover "médiuns" e lideranças, que devem estar "comprando" seu confortável lugar ao céu, do lado de "Deus Pai", sempre condescendente com os "espíritas".

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