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Como salvar o "Espiritismo" brasileiro

Muitos dos que leem este blog podem acusar o mesmo de estar sendo intolerante. Não somos intolerantes a crenças, mas intolerantes a contradição. Embora achemos que a fé não tem base racional para autenticar alguma coisa, respeitamos o fato de qualquer pessoas acreditar no que quiser, por mais absurdo que pareça ser. Mas dizer uma coisa e fazer outra, aí sim, merece muitas críticas.

O "Espiritismo" brasileiro se mostrou uma religião de dogmas contraditórios. A adoração a Allan Kardec, acrescida pelo desprezo por suas ideias (substituído por um festival de enxertos, vários sem pé nem cabeça, importados de outras crenças), em si já é uma baita contradição. Imagine o festival de teses lançadas em palestras, ao gosto de cada freguês?

Graças a essas contradições, o "Espiritismo" brasileiro caminha rapidamente para a sua extinção. Se recusou a seguir de fato Allan Kardec, reduzindo o codificador francês a uma espécie de carimbo a autenticar os enxertos dogmáticos e ser objeto de bajulação e de adoração.

KARDEC, REDUZIDO A "CARTÓRIO" E OBJETO DE BAJULAÇÃO

Um filme sobre o codificador está para ser lançado, mas quem é esperto sabe que o objetivo do filme é salvar a igreja de Chico Xavier e não a doutrina codificada na França. Allan Kardec nunca passou de mera figura decorativa. O que interessa mesmo são as loucuras de Chico Xavier, mais agradáveis e fáceis de serem entendidas por quem não está a fim de analisar, pesquisar e raciocinar.

Esqueçam o filme. Pode até ser que ele seja a facada a matar de uma só vez o "Espiritismo" brasileiro, pois pode despertar o interesse pelas obras do codificador, que comprovam que Chico Xavier e tudo que veio depois dele em nome da doutrina é pura farsa igrejeira a atrair católicos medievais para a "seara espírita". 

Nossa equipe começou a perceber a farsa do "Espiritismo" após estudar profundamente as obras de Allan Kardec e enxergamos não apenas em Chico Xavier mas em todos os que lhe assemelham e nas lideranças da FeB e de outras entidades "espíritas", os inimigos internos que destroem a doutrina por dentro, como vírus a matar bactérias.

O "ESPIRITISMO" BRASILEIRO TEM SALVAÇÃO? TEM!

Mas nem tudo está perdido. Há meios de salvar o "Espiritismo" brasileiro. Vamos listar abaixo o que deve ser feito para que entidades "espíritas" possam se reerguer e se recuperar. mas um aviso: são mudanças muito radicais e que causar mudanças bruscas no funcionamento de centros e no entendimento da doutrina.

1) A primeira coisa é mudar o nome. O que e feito no Brasil e consagrado pela opinião púbica nada tem a ver com a doutrina codificada por Allan Kardec. O nome dele é usado em vão, somente para dar um caráter científico a dogmas sem sentido, dando a estes o caráter de veracidade. 

O nome poderia ficar a critério da FeB (que deveria também mudar de nome, já que é tão "espírita" quanto qualquer evangélico neo-pentecostal). Mas poderia chamar de Igreja dos Espíritos ou Espiritolicismo, já que a maior parte dos enxertos dogmáticos são herdados de formas arcaicas do Catolicismo. Dogmas há tempos descartados pelos católicos .

Outra boa sugestão de nome é Consolacionismo, que teria muito a ver com o conteúdo dos livros de Francisco Cândido Xavier. Este nome poderia inclusive salvar Chico Xavier, que possui muitos admiradores fanáticos, que poderiam continuar adorando e seguindo o "médium" sob o novo rótulo, já que consolo é o que mais aparece no conteúdo das obras "psicografadas", todas, sem exceção, desprovidas de verdadeira racionalidade científica.

2) Esquecer Allan Kardec. Já que nunca seguiram de fato as teses kardecianas, acusando o codificador de estar "antiquado", se limitando a usar o codificador como uma espécie de "patrono" a ser "homenageado", melhor assumir o desprezo pelo codificador e adotar Jean Baptiste Roustaing, que seguem de fato, como mentor da doutrina.

Seria muito mais honesto para a doutrina assumir o seu verdadeiro pensamento. É uma safadeza sem tamanho usar o codificador quando se segue de fato ideias contrárias, assumindo postura estranhas e colocando na conta do mestre lionês que não está aí para apontar o dedo e detectar os erros. Enquanto o "Espiritismo" brasileiro não assumir seu desprezo real por Kardec, centros continuarão a perder seguidores.

3) Assumir que é uma seita de fé cega. Uma das contradições do "Espiritismo" brasileiro é de se assumir o mesmo tempo como ciência e religião. Nunca hove ciência no "Espiritismo" brasileiro, que construiu sua base dogmática através de novidades irracionais que lhes chegavam às mãos e eram rapidamente absorvidas pela doutrina, por meio de personalidades com alto nível de confiança.

Não há como negar: o que é conhecido no Brasil com o nome de "Espiritismo" é uma igreja, não há ciência, dogmas surgem através da fé irracional e suas lideranças são objeto de adoração pura e fanática. Mesmo que este fanatismo seja discreto, é real e caracteriza muito bem a doutrina brasileira. É bom que o igrejismo "espírita" seja assumido.

4) Assumir estas mudanças e reconhecer que fazem outra doutrina. A FeB, após mudar seu nome, deveria pedir desculpa aos seus seguidores e reconhecer as mudanças. Avisar aos seguidores que a doutrina passa a ter outro nome, outro patrono, mas mantém seus dogmas, todos em desacordo com a doutrina codificada na França, uma filosofia totalmente diferente da brasileira.

ESPIRITISMO ORIGINAL É AINDA INÉDITO NO BRASIL

O verdadeiro Espiritismo (sem aspas) ainda é inédito no Brasil (seguido apenas por alguns poucos como Sergio Aleixo, Dora Incontri e o pessoal do NEFCA, e alguns outros) e desconhecido do grande público, que pensa que Kardec assinou embaixo das bobagens que são inseridas em nome da doutrina.

Se o "Espiritismo" brasileiro assumir que é outra coisa bem diferente do que Kardec fazia, vai se recuperar, pois passará a agir de forma honesta, por ter assumido por mais de 130 anos uma doutrina bastante diferente da original que sempre fingiram seguir.

Ou os "espíritas" assumem que seguem outra coisa, mudando seu nome, ou joguem no lixo 90% de seus dogmas, passando a estudar Kardec de forma racional e detalhista, provando que muito do que se conhece sob o nome de "espírita" é pura tolice infantil a alimentar quem odeia raciocinar.

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