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"Espíritas" pagarão caro pelo anti-esquerdismo

Muita gente não sabe ou finge não saber, mas o "Espiritismo" brasileiro sempre foi de direita. Apesar de falar o tempo todo em caridade ("que tem que dizer muito que é, é porque não é"), seus dogmas mostram sem sutilezas o desejo de dividir a sociedade de forma maniqueísta e impor o sofrimento como "purificador espiritual", coisas coerentes com o pensamento de direita.

Hoje está marcada mais uma edição da "Marcha da família com Deus pela Liberdade", para defender o fascista governo de Bolsonaro e manifestar seu medo pela volta dos progressistas ao poder.

As elites gananciosas do país odeiam os progressistas (conhecidos como "esquerda") e desejam um Brasil que beneficie exclusivamente uma minoria de abastados, que ganhe a partir de 5 dígitos de salário, às custas do sofrimento de quem ganha menos que isso. "Espíritas" sempre deram sinais de que pensam da mesma maneira. Os "espíritas", que apoiaram as marchas de 1964 e de 2016, apoiarão a de hoje? Provavelmente, sim.

Estranho ver os "espíritas", tão metidos a caridosos, se empenharem em apoiar gestões de direita para impedir a chegada de progressistas ao poder. Medo de concorrência na prática da caridade? Talvez, porque as gestões petistas fizeram em 13 anos muito mais caridade do que todo o "Espiritismo" em mais de 130 anos.

DIREITISMO PARA SATISFAZER INTERESSES DAS ELITES "ESPÍRITAS"

Mas a verdade é que o "Espiritismo" sempre foi uma religião elitista. Atualmente correspondente a cerca de 1,8 da população (e em fase de decadência, pois a apostasia é grande), o "Espiritismo" brasileiro ´seguido majoritariamente por pessoas com profissões bem remuneradas e portadoras de diplomas de nível superior. 

Sobre o fato de ter pessoas diplomadas seguindo a doutrina, isso não significa mais inteligência, pois vários dos dogmas do "Espiritismo" brasileiro não tem pé nem cabeça, além da presença de muitas contradições entre eles. Diploma é um pedaço de papel e quem já fez faculdade sabe que há diversos meios de se conseguir um diploma sem estudar de fato. Mas não conte isso para ninguém.

O elitismo presente no "Espiritismo" brasileiro reforça seu conservadorismo. Apesar de falar em caridade, ela nunca pode ser realmente eficaz, pois uma caridade bem feita vai contra os interesses das elites e da classe média que integram o grupo de "espíritas" brasileiros. 

Para muitos, é justo que uns tenham mais e outros, quase nada. A  estes se reserva migalhas, como sopinhas, agasalhos, material escolar e brinquedos de plástico. Além das bobagens típicas de livros de auto-ajuda, "psicografadas" pelo "mestre" Chico Xavier. 

Já para as elites e para a classe média abastada, se reserva tudo, do bom e do melhor. Principalmente para donos de centro, que sempre ostentaram uma vida muito mais que confortável, conseguida sabe-se lá como. 

SUPOSTO ESQUERDISMO SE BASEIA EM ESTEREÓTIPOS LIGADOS À CARIDADE

Isso explica o anti-esquerdismo do "Espiritismo" brasileiro. Um elite gananciosa nunca iria apoiar políticas progressistas que deem benefícios plenos às classes oprimidas. Ainda mais uma doutrina que defende a Teologia do Sofrimento, que dá oportunidade de inventar o papo furado de que a miséria dos pobres é sinal de prosperidade futura.

Muitos ingênuos pensam que a doutrina brasileira é majoritariamente esquerdista (por causa dos estereótipos relacionados à caridade). Mas o esquerdismo só é observado nos espiritas originais, que não reconhecem Chico Xavier e que se esforçam - não raramente em vão - em tentar devolver à doutrina as características originais do tempo de Allan Kardec, este um esquerdista convicto.

Quanto ao chiquistas, a maioria é de direita. Chiquistas de esquerda são mal informados ou fanáticos irracionais. O próprio Chico Xavier era de direita, odiava a esquerda e estaria apoiando Bolsonaro, com ressalvas (pois Xavier não era direitista da linha fascista, mas da linha neoliberal), mas desejoso que as forças progressistas nunca voltem ao poder.

Mas o "Espiritismo" paga seu preço pelo seu direitismo, que no fundo é o oposto da caridade. Perde seguidores todos os dias, esvaziando centros e instituições, não há uma jovem liderança a substituir o charlatão Divaldo Franco na difusão da deturpada doutrina e novidades sobre a doutrina não geram repercussão, passando despercebidos por quem não frequenta os centros "espíritas".

É bom que isso aconteça, pois quem conhece a história do "Espiritismo" brasileiro sabe que ela é um fraude, pois surgiu da deturpação, que teve que desprezar Allan Kardec para inserir um monte de enxertos que acabaram contaminando a doutrina, além de eleger como seu maior líder um esquizofrênico egresso de outra religião, que nunca largou de fato.

Está mais do que na hora de ver o "Espiritismo" brasileiro fracassar de uma vez por todas, para dar lugar ao verdadeiro Espiritismo, fundado por Allan Kardec, ainda inédito no Brasil.

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