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Teologia do Sofrimento transformou o "Espiritismo" brasileiro em seita macabra

Você deve ter ouvido muito falar em centros de que "sofrimento se agradece", de que "sofrimento é uma benção" e que "a dor eleva a alma". Estas e outras frases semelhantes soam estranhas para uma doutrina que se assume como "a mais caridosa", o que subentende a eliminação do sofrimento. Como acabar com o sofrimento exaltando-o?

O "Espiritismo" brasileiro deu a sua maior coronhada na sua matriz francesa ao apoiar a nociva Teologia do Sofrimento, tese sadomasoquista criada no Catolicismo medieval e importada na doutrina por Francisco Cândido Xavier, um beato católico na linha medieval que fingia conversar com os mortos e tomou para si a liderança daquilo que deveria ser racional, altruísta e progressista.

Foi um dos maiores erros da versão brasileira e deturpada da doutrina enxertar essa medonha teologia. Claro que os "espíritas" adaptaram a teologia, argumentando que o sofrimento aceleraria o desenvolvimento espiritual. Uma mentira, pois o que evolui o espírito não é a dor em si, mas a tentativa de sair dela. 

Impor ou negligenciar sofrimento sob pretexto de evolução espiritual e maldade. Nem mesmo as religiões afro-brasileiras, erroneamente acusadas de serem "demoníacas" (em contraposição ao "Espiritismo" de "mesa branca", supostamente bondoso e correto) adotaram essa teologia cruel que pretende usar o sofrimento (alheio, bom lembrar) para que não haja empenho em uma caridade realmente transformadora

Até porque o "Espiritismo" brasileiro é cúmplice do Capitalismo e comprovou isso no apoio a ditadura militar, no apoio ao golpe, no voto no fascista Bolsonaro e no ódio "pacífico" à política progressista representada pelo PT e pelos partidos de esquerda. Ajudar os pobres é só fachada e meio de promoção para médiuns e lideranças. Importa é proteger os privilégios dos mais ricos, suposta reencarnação dos bons.

Interessante que a Teologia do Sofrimento é direcionada as mais pobres, suposta reencarnação dos maus. Claro que lideranças não vão chegar aos frequentadores de classe média, hegemônica nas plateias de centros, e pedir para estas sofrerem. A estas é reservado o perdão e as oportunidades de regeneração. Os pobres é que devem sofrer, para "assumir um compromisso com os erros do passado", se contentando apenas com migalhas oferecidas através da precária caridade "espírita".

Não dá para aceitar uma seita que tem a cruel Teologia do Sofrimento em sua base doutrinária. Adotá-la foi a maior traição que os "espíritas" fizeram com Allan Kardec. Mas felizmente, "espíritas" vão provar o gosto de seu próprio veneno, pois a inclusão da teologia está afastando muitos seguidores, por esta se contradizer com a proposta de caridade tão falada na doutrina.

Com a Teologia do Sofrimento, com ou sem este nome, o "Espiritismo" brasileiro enfiou a sua cabeça na guilhotina e prepara o seu fim. Quem mandou impor sofrimento aos outros, mesmo sob pretexto de - falsa - evolução? Se sofrer é tão bom, porque as lideranças não impõem sofrimento a elas mesmas e aos ricaços que sempre bajularam o "Espiritismo" brasileiro? Se é bom, experimentem!

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