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A verdade machuca

A simples pronúncia do nome "Chico Xavier" tem a capacidade de mexer com um enfurecido e imenso vespeiro. Todos ficam agitados ao ouvir o nome do beato de Pedro Leopoldo, pois o nome dele estimula um fanatismo sem limites que apesar de forte é diferente de qualquer forma de fanatismo já vista, o que a impede de ser classificada como tal. "Espíritas" não se consideram fanáticos, embora o sejam. E muito.

Por isso que sites que pretendem denunciar os erros do "Espiritiamo" que nunca seguiu Allan Kardec de fato e aceitou com empolgação um monte de dogmas estranhos importados com a chegada de Chico Xavier na doutrina. Ele, que nunca deixou de ser um católico da linha medieval, cometeu inúmeros atos de vandalismo doutrinário que praticamente destruíram a doutrina, convertendo em uma seita igrejeira de dogmas mais do que duvidosos.

Mas como o suposto "médium" levanta uma onda de fanatismo doentio e teimoso, a simples menção de um só erro cometido por ele é capaz de espantar uma quantidade enorme de leitores, pois os fanáticos seguidores do beato mineiro são incapazes de aceitar fatos desagradáveis de seu ídolo, preferindo abraçar lendas falsas, mas positivas sobre o mesmo.

Mesmo em decadência, o "Espiritismo" está em processo de recuperação. Lideranças reúnem-se a portas fechadas na tentativa de reverter os debates das redes sociais que poem vários dogmas em xeque. A negação dos dogmas já consagrados é vista como admissão de derrota, o que não parece bom para as lideranças "espíritas". 

Aceitar os postulados de Allan Kardec também parece ruim, pois o cientificismo do codificador é visto como chato e pode afastar seguidores, atraídos pela pieguice alucinada de Chico Xavier, que nada tinha de científico. Então, como tentar salvar o "Espiritismo" brasileiro? Complicado...

O debate incessante nos fóruns "espíritas" de redes sociais tem causado muitas brigas pois racionais e fiéis não conseguem se entender sobre os temas discutidos. Enquanto os racionais querem retomar os conceitos descobertos nas obras da codificação, os fiéis querem as alucinações de Xavier, gerando imensa discórdia. Afinal, as obras de Allan Kardec entram em explícita contradição com as assinadas pro Francisco Cândido Xavier. Só alienados não percebem isto.

Mas Chico Xavier foi o grande responsável pelo crescimento do "Espiritismo" brasileiro, pois ao transformá-la em uma seita de fé cega, conseguiu atrair mentes ingênuas a procura de ideias alucinadas legitimadas pelo falso cientificismo que serviu de garantia de veracidade para dogmas sem pé nem cabeça, todos opostos a importantes pontos descobertos na codificação.

Por isso que a menção do nome "Chico Xavier" gera tanta tensão. Os devotos do beato "que falava com os mortos" sempre esperam algo agradável a ser dito sobre este charlatão que nada fez para desenvolver a humanidade brasileira, servindo mais de objeto de fanatismo e vândalo doutrinário a inserir um monte de tolices em uma doutrina que deveria ser progressista.

Mas a verdade machuca. Desmascarar Chico Xavier é necessário, mas arruína os sonhos delirantes de seus seguidores. Só que ninguém vive de sonhos, é bom admitir.

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