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Filme mostra Kardec sob o ponto de vista dos deturpadores

É sabido que esteve em circuito o filme brasileiro sobre Allan Kardec, feito para celebrar os 150 anos de seu falecimento. Segundo informações, mais de 100.000 já viram o filme em todo o Brasil, rendendo milhões de reais. Mas em um país de 200 milhões, isso ainda é pouco. Compreensível em tempos em que as pessoas não vão mais ao cinema, por carestia e por falta de conforto. Afinal dá para ver bons filmes em casa.

Só que o filme, visto em sua maioria pelos católicos enrustidos que se consideram "espíritas", não é digno do trabalho e da personalidade que teve o pedagogo lionês. Dá para entender porque o filme foi mais visto por quem se interessa por igrejas e não por ciência.

Ninguém de nossa equipe teve tempo para ver o filme. Mas conversamos com pessoas que viram e com pessoas que leram a biografia que inspirou o filme, o duvidoso "K", escrito por Marcel Souto Maior, o mesmo que escreveu a biografia de Chico Xavier, o vândalo que arruinou a doutrina espírita.

A biografia de Souto Maior sobre Chico Xavier é até correta e chega a ser iconoclasta até um certo ponto, mas sem romper com os dogmas de "médium" e de "filantropo" associados ao beato de Pedro Leopoldo. Mas a FeB gostou do que leu e contratou Souto Maior para escrever sobre Allan Kardec.

Segundo os anti-chiquistas (espíritas que renegam, com razão, Chico Xavier) que leram o livro sobre Allan Kardec, percebeu que o conteúdo é cheio de erros e que a intenção, talvez não a do autor mas de quem encomendou a obra, era de mostrar não um cientista, mas o fundador de uma seita religiosa.

EQUIPE DE PRODUÇÃO ACREDITA EM UM "ESPIRITISMO" MAIS IGREJEIRO

Claro que o filme seguiria o mesmo caminho, afinal a sua equipe é claramente chiquista, formada pelos mesmos responsáveis do ridículo Nosso Lar, um filme bíblico-futurista disfarçado de obra doutrinadora, baseado em um livro alucinado, de conteúdo claramente igrejeiro, que era plágio de outro, e que pode figurar entre os piores filmes já feitos no mundo. Merece o prêmio Framboesa de pior filme, por todo o conjunto da obra.

Não é de se esperar que a mesma equipe mudasse de mentalidade de uma hora para outra e fizesse um filme que respeitasse a postura progressista e científica do pedagogo francês. Até porque o filme já é baseado em "K", um livro brasileiro, escrito por um habitante de um país que já recebeu o "Espiritismo" completamente deturpado e altamente CONTAMINADO por um festival de enxertos místicos, a maioria de origem católico-medieval.

Nem é preciso assistir ao filme para suspeitar de seu igrejismo e da forma distorcida que trata o pedagogo francês. O conhecimento de sua equipe produtora, nada científica e extremamente religiosa, é o suficiente para reprovar o filme. 

Há suspeitas de que o filme foi feito mais para salvar o "Espiritismo" brasileiro, envoltos em discretos escândalos que rondam as redes sociais, revelando aos poucos as contradições presentes em seus repertório dogmático, além de desmascarar os charlatães (Chico Xavier incluído) que comandam a doutrina, usando Kardec para tentar salvar uma seita que te dado muito dinheiro a sua federação.

Por isso que houve a necessidade de fazer este filme, embora os filmes "espíritas" lançados depois do péssimo Nosso Lar e do conto da fadas Chico Xavier não tenham repercutido entre o público em geral. Assim como todas as novidades sobre o "Espiritismo" brasileiro, que somem feito fumaça após lançados. O mesmo deve acontecer com o filme sobre o Kardec pirata.

É um filme que certamente será francamente esquecido. O único mérito do filme é mostrar como os brasileiros, contaminados pelo igrejismo da FeB, enxergam Allan Kardec, apresentado como um professor que era altamente racional mas se entregou a fé cega par fundar uma seita entupida de dogmas confusos.

FILME NÃO MOSTRA O VERDADEIRO ALLAN KARDEC

Mas quem quer conhecer de fato o pedagogo francês que estudou a espiritualidade, é indispensável correr atrás de outras fontes, de preferência as reprovadas pela FeB e por entidades afins. Importante: conhecer bastante a língua francesa, pois as fontes francesas possuem maior isenção de igrejismo, sendo por isso mais confiáveis.

Infelizmente, o filme não mostra o verdadeiro Allan Kardec. Há algo de verdade no filme, mas há grandes distorções enfiadas no meio. Após ver o filme, a impressão é a de se assistir a um filme religioso, como os filmes bíblicos das décadas de 1940 e 1950, e não um filme sobre ciência espiritual. 

Mas se a biografia sobre Elton John, mesmo aprovada pelo próprio focalizado, comete seus erros, imagine um filme sobre Kardec produzido pelos seus deturpadores... Não dá para esperar verdade e racionalidade de quem sempre acreditou em contradições e em fé cega. 

Aguardemos alguém mais competente para fazer um filme verdadeiro sobre Kardec. Se este alguém tiver condições financeiras para isso, pois em tempos de golpe ninguém está interessado em patrocinar obras que falem a verdade. A verdade machuca e afasta plateias.

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