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"Espiritismo" e o dogmatismo self-service, a gosto do freguês

O que é mais importante, ciência ou fé? O mundo espiritual é ou não igual ao material? A doutrina de Kardec está datada ou não? Data Limite é profecia ou engodo? Crianças índigo existem ou não? Espiritismo é ciência ou religião? Há animais no mundo espiritual? Os Ets vão governar a Terra futuramente? Vamos reencarnar quando, aonde e como quem?

São tantas perguntas que fazem o que os brasileiros conhecem como "Espiritismo" ser um seita sem dogmas próprios, graças as inúmeras contradições favorecidas pelo disse-me-disse que há na doutrina resultante da falta de estudos sérios.

Cada pessoa constrói o "Espiritismo" ao seu gosto, como se estivesse em um restaurante de comida a quilo. Cada um monta a sua doutrina particular, escolhendo os dogmas que gosta e montando da forma para que cada pessoa tenha o seu próprio "Espiritismo", contradizendo o insistente, mas hipócrita mantra de que "só existe um só 'Espiritismo' ", quando na verdade existem milhões, totalmente diferentes uns dos outros.

A opção de construir uma doutrina com base nas crenças pessoais tem transformado a doutrina em uma seita bagunçada, contraditória e que não merece ser levada a sério. A desculpa de que "se envolve paz, amor e fé, não há mal nenhum" tem favorecido o surgimento de muitas aberrações que vem arruinando a doutrina, que era para ser mais científica, mas se tornou mais alucinada que outras religiões, supostamente menos racionais.

Quem frequentou palestras "espíritas" deve ter percebido que cada palestra tem a cara de um palestrante. Não é raro ver um palestrante falar uma coisa para no dia seguinte outro palestrante (ou até mesmo o próprio) falar o contrário. Em nome da paz piegas, tudo está valendo.

Esta contradição resultante do "Espiritismo" self-service feito ao gosto do freguês é um dos fatores que esvaziam centros e forçam a possível extinção da doutrina brasileira. Quem procura por respostas só encontra mais perguntas neste balé de opiniões pessoais e por isso abandona o "Espiritismo" e sai em busca de quem tenha a capacidade real de responder quaisquer dúvidas.

Além de todos os defeitos graves vistos na doutrina que nunca respeitou a sua matriz francesa, as contradições resultantes do desfile de convicções pessoais corrói a doutrina aos poucos. Pois se é para cada um criar respostas para si mesmo, quem precisa de uma doutrina? Cada um que busque respostas dentro de suas próprias convicções pessoais, ora! Cada um que faça seu prato em um self-service e coma!

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