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Irmãos Marinho e Divaldo Franco fazem mesmo tipo de caridade. Então, porque condenar uns e exaltar o outro?


Uma verdadeira horda de fanáticos devotos de Divaldo Franco invadiu nesta semana o canal progressista TV 247 no YouTube, através do Superchat, para pedir que o canal divulgue o filme sobre o charlatão baiano, se esquecendo que o "médium" era de direita e apoiou Bolsonaro, o "bondoso presidente do Coração do Mundo, eleito por Jesus Cristo".

Para os fanáticos, Divaldo era um ativista social e lendas o associavam a Teologia da Libertação - quando na verdade ele era entusiasta da Teologia do Sofrimento de Santa Teresa de Lisieux. A falta de leitura, a pouca informação sobre os "médiuns" e o fanatismo doentio de quem se apresenta como "caridoso incansável", tudo isso somado a ideia equivocada de que "não existe bondade sem religiosidade", acaba por favorecer atitudes lamentáveis como esta.

Mesmo que tenha praticado de fato a caridade - embora não tenhamos comprovações disto, além da manutenção de uma instituição que mais se parece como uma prisão e cuja atividade não rendeu um resultado significativo em prol dos mais carentes - curioso como muitos gostam de exaltar uma caridade sem resultados - Divaldo nada fez além do que uma campanha como Criança Esperança é capaz de fazer.

Se os fanáticos admiradores de Divaldo Franco se acham no direito de legitimar uma instituição que ajudou muito pouco através de uma forma precária de caridade - sem dar autonomia ao povo pobre, além de fazer proselitismo religioso, pois todo assistido sai da "Mansão" do Caminho convertido ao "Espiritismo" brasileiro - vamos reconhecer de forma igual o trabalho feito pelo Criança Esperança organizado pelos irmãos Marinho, que controlam a Rede Globo de Televisão e o jornal O Globo.

Pois a forma de caridade praticada pela "Mansão" do Caminho é a mesma praticada pela campanha Criança Esperança. E uma forma de caridade que não mexe nos direitos dos mais ricos, o que justifica o fato de "espíritas brasileiros apoiarem o direitismo politico.

Os fiéis do "Espiritismo" não entendem isso pois o que chega a eles de informação, através do disse-me-disse, é de que os lideres "espíritas" são "ativistas sociais aos moldes comunistas" e que a sua caridade "é transformadora, tirando os mais carentes da pobreza, transformando-os em uma classe média próspera e autônoma".

CRIANÇA ESPERANÇA "AJUDOU" MAIS GENTE QUE DIVALDO

"Espíritas" deveriam se informar mais. Mas acham que "se informar" é o mesmo que "investigar", e o medo de tratar "médiuns" como "bandidos" os impede de correr atrás da verdade. Até porque pesquisar e investigar são coisas bem diferentes, embora possam usar os mesmos procedimentos.

Mas gostoso é aceitar as coisas como estão consagradas. O fanatismo religioso cega e por isso é comodo preservar "médiuns" como "salvadores da humanidade. Interessante criticar a campanha Criança Esperança e elogiar Divaldo Franco exatamente pelas mesmas coisas feitas de forma precária e puramente paliativa. Sejamos justos: se é para "canonizar" Divaldo Franco, devemos canonizar os irmãos Marinho da Rede Globo

Ah, bom lembrar que mesmo fazendo o mesmo tipo de ajuda paliativa, a campanha Criança Esperança tem o número maior de assistidos que Divaldo Franco, tido pelos fanáticos como "o maior ativista social do mundo". E sem oferecer lavagem de porco sintetizada como alimento dos pobres, como fez Divaldo junto ao neoliberal João Dória.

Somente o fanatismo pode explicar a necessidade doentia de "canonizar" Divaldo Franco. Não precisamos dele para ter um mundo melhor. Façamos nós mesmo a caridade, sem perder tempo com idolatria mórbida com seres humanos tão ou mais falíeis que nós mesmos. Divaldo Franco é extremamente dispensável para fazer este mundo mais feliz. Pelo que ele fez como charlatão e falso filantropo, merece o lixo da história.

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