Pular para o conteúdo principal

Quem é Divaldo Franco?

Só para refrescar a memória...

- Segundo a opinião pública, Divaldo é um "médium" que praticou filantropia incansável através de uma instituição chamada "Mansão do Caminho", sob orientações de uma suposta mentora espiritual conhecida como "Joanna de Angelis". É considerado o maior orador "espírita" do Brasil e uma espécie de misto de intelectual, filósofo e profeta por seus admiradores, sempre ansiosos pelas suas falas cheias de pompa e verborragia.

- É verdadeiro o fato de que existe muito fanatismo em torno de Divaldo, fazendo com que seus admiradores o defendam com fervor e se recusando a pesquisar quaisquer detalhes sobre sua vida e sua atuação, transformando tudo que é dito de positivo sobre o "médium" em um dogma intocável que deve ser aceito como verdade absoluta, sem qualquer tipo de verificação.

- Apesar de festejada, a tal "Mansão do Caminho" ajudou muito pouca gente e o resultado de sua caridade foi pífio, pois não acabou com a pobreza do local onde se instalou, o bairro de Pau da Lima, em Salvador, Bahia, e sua ajuda se limitou a criar cidadãos submissos ao sistema, fiéis aos estranhos dogmas do "Espiritismo" brasileiro, a seres mais uns na multidão.

- A ajuda atribuída a Divaldo não chega a 1% de todo o país, apesar de ser festejado de forma insistente como o "maior filantropo do país".

- Confundido com ativista social as moldes comunistas, era direitista convicto e sua caridade nunca ia além do assistencialismo paliativo que servia apenas como consolo, sem transformações sociais.

- Sua suposta mentora espiritual tinha características de megera autoritária e correspondia, segundo as pesquisas de Allan Kardec, a espírito de tirano, considerado de elevação muito inferior. Apesar do nome, nada tinha a ver com a madre Joana Angélica e com Joana D'Arc, pois estas eram progressistas e combativas, diferentes da suposta mentora de Divaldo, que sempre se apresentou como conformista e medieval, defendendo um moralismo retrógrado.

- Segundo dizem, Divaldo ganhava dinheiro como funcionário público aposentado. Mas a sua carreira profissional sempre se manteve misteriosa. A reputação que tinha o blindava e impedia investigações sobre como se sustentava financeiramente.

- Foi acusado de farsante por ninguém menos que José Herculano Pires, discípulo e melhor tradutor de Allan Kardec. O que Herculano disse sobre Divaldo: "nada sobrou do médium que se possa aproveitar: conduta negativa como orador, com fingimento e comercialização da palavra, abrindo perigoso precedente em nosso movimento ingênuo e desprevenido; conduta mediúnica perigosa, reduzindo a psicografia a pastiche e plágio – e reduzindo a mediunidade a campo de fraudes e interferências (caso Nancy); conduta condenável no terreno da caridade, transformando-a em disfarce para a sustentação das posições anteriores, meio de defesa para a sua carreira sombria no meio espírita".

- De fato, Divaldo nunca foi influente através de suas obras, todas de conteúdo igrejeiro, mais condizente com formas medievais de Catolicismo. A influencia de Divaldo se dava mais pelas palestras, entrevistas e pela fama de filantropo, do que pelos seus livros.

- Fazia palestras caríssimas sobre temas banais, quase sempre relacionados com moralismo religioso ou com relações familiares aos moldes de um Cristianismo retrógrado. Viajava muito para o exterior para fazer palestras sobre estes temas, ficando ausente com frequência da "mansão" que administrava. Seus defensores alegavam que o preço caro das palestras seria para cobrir custos e aumentar a ajuda para as obras ligadas ao "médium", algo nunca comprovado na prática.

- Apesar de tratado como intelectual pelos seus admiradores, suas palestras não tinham nenhum conteúdo cientifico, sempre esbarrando nas barreiras do moralismo cristão-medieval.

-Divaldo adorava novidades de vários tipos de pseudociências. Foi o difusor da duvidosa teoria das "crianças índigo", inventada por um casal de vigaristas norte-americanos e da ideia do "Planeta Chupão", conhecido popularmente como "Nibiru", teoria refutada por Neil DeGrasse Tyson, um dos maiores cientistas do mundo. Tyson classificou a teoria do "Planeta Chupão" como uma bem construída ficção. Divaldo também acreditava em Astrologia, pseudociência que alega que planetas controlariam a humanidade de acordo com a data de nascimento de cada um.

- Foi acusado de plágios em seus livros e se desentendeu com outro farsante, o beato Chico Xavier, causando uma "saia justa" que conseguiu ser resolvida com certa dificuldade. Divaldo era acusado de plagiar Xavier e outros autores em livros supostamente psicografados, vários com autoria atribuída a madre megera que supostamente o orientava.

- Apesar de prometer voltar as bases kardecianas, sempre desprezou Allan Kardec e seguia com rigor os pontos recomendados pelo advogado de Bordéus Jean Baptiste Roustaing, o oculto patrono do Espiritismo" brasileiro (do qual Divaldo era secretamente seguidor fervoroso), ainda desconhecido do grande público, apesar de suas ideias serem largamente difundidas pelos "centros espíritas" de todo o Brasil.

- Sua popularidade aumentou com a virada do século, quando milhares de pessoas procuravam o "Espiritismo" brasileiro para se tentar proteger das catástrofes anunciadas por um bando de lunáticos, membros de diversas seitas duvidosas, o que era moda no final do século passado. Com isso, Divaldo virou uma espécie de "profeta da virada do Milênio" e uma espécie de "Papa" do "Espiritismo" brasileiro.

- Apesar de conhecido como segundo maior "médium" do Brasil (o primeiro vocês sabem quem é, tão picareta quanto o segundo), errava com frequência suas previsões e demonstrava estar alheio ao mundo real, principalmente nos assuntos sobre política.

- Há poucos anos, se envolveu em um escândalo ao oferecer uma edição de sua campanha ecumênica Você e a Paz para que o empresário e então prefeito de São Paulo João Dória lançasse uma forma duvidosa de alimento, a "farinata", feita com restos de comida, fisicamente parecida com a comida para cachorro, para ser dada apenas aos pobres. Em fases de teste, o tal alimento matou várias pessoas. Apesar de festivamente incorporada a admirável filantropia de Divaldo, Dória teve que desistir do alimento após o escândalo.

- O "médium" baiano também se envolveu em outro escândalo. Durante uma palestra em Goiania, criticou a política progressista, criminalizou a esquerda e fez elogios a operação Lava Jato, hoje denunciada pelas descobertas da equipe do site jornalístico Intercept, liderada pelo jornalista norte-americano Gleen Greenwald, considerado por muitos o melhor jornalista do mundo na atualidade.

- Divaldo Franco classificou a Lava Jato, responsável pela destruição da Engenharia nacional e pela prisão política do melhor presidente que o Brasil já teve, como uma "operação criada e orientada pelos planos superiores do universo" e se apressou em canonizar os membros da operação, incluindo Deltan Dallagnol e Sérgio Moro. Divaldo classificou Moro como "presidente da República de Curitiba" e manifestou o seu desejo de ver o juiz governando o Palácio do Planalto.

- Doente e com mais de 90 anos, Divaldo aguarda aquilo que ele chama de "desencarne" (falecimento no jargão chiquista). "Espíritas" decidem lançar um filme biográfico com atores famosos para redimir o "médium" e criar uma comoção coletiva que canonizaria Divaldo e  recuperaria o "Espiritismo" brasileiro, hoje em decadência.

- Para muitos é importante recuperar uma doutrina que nunca fez nada em prol da humanidade em mais de 130 anos, servindo apenas de igreja para alimentar o fanatismo daqueles que se afinavam com os dogmas confusos de uma religião que sempre fingiu de moderna e altruísta sem ser de fato. O filme sobre Divaldo tem a finalidade de alcançar este objetivo.

- Divaldo, como maior propagandista "espírita" após Chico Xavier, vai ser usado para recuperar o prestígio da doutrina, para que o "Espiritismo" brasileiro possa continuar existindo e os administradores da FeB, entidade que o controla, continuem lucrando, as custas de almas ingenuas a frequentar palestras e eventos em "centros" pelo país.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O plano secreto de dominação "espírita" no Brasil

Brasileiros não costumam se interessar por bastidores. O que acontece dentro do cotidiano de instituições, empresas e até mesmo na vida profissional de líderes e celebridades, não desperta nenhuma curiosidade das pessoas, que acham mais bonito imaginar que as coisas acontecem como em lendas e contos de fada, com um pouco de pieguice e muita pompa. O desinteresse pelos bastidores elegeu Bolsonaro, já que muita gente nem sabia que ele já estava na política por mais de 30 anos, invisibilizado por não ter feito nada de marcante durante sua carreira de deputado federal.  O desinteresse pelos bastidores faz acreditar que todo aquele que se assume como "artista" é poeta e cria as canções sem interferência alheia (principalmente de empresários, investidores, produtores e todo tipo de liderança por trás do show business) e sem interesses mercantis. E esse mesmo desinteresse pelos bastidores transformou o "Espiritismo" brasileiro na religião mais honesta, moderna e altruísta,

Apoio a Bolsonaro desmascara o farsante Divaldo Franco

O sábio Herculano Pires havia avisado. Mas ninguém quis ouvir. Desprovidos da capacidade de raciocinar de forma adequada, muitos fiéis do "Espiritismo", confundindo fé cega com aprendizado , elegeram o picareta Divaldo Franco como guru, fizeram crescer o mito e quando é tarde demais resolvem abandonar o barco quando ele já está fundando. Divaldo cresceu enganando a todos com pose de sábio estereotipado, utilizando uma linguagem prolixa que aos ouvidos dos menos racionais passa tranquilo por sabedoria científica. Mas quem é mais atento aos detalhes, sobretudo quem entende de semiologia, percebe logo de que se trata de um farsante a se aproveitar da ignorância alheia para se tornar influente. A carência humana por uma liderança e a incapacidade (ou falta de coragem?) de analisar o discurso fez com que muitos brasileiros se apaixonassem por Divaldo Franco, acreditando ser ele o oráculo divino destinado a melhorar toda a humanidade. Enfim, o castelo encantado do podero

Porque só agora Chico Xavier foi desmascarado?

Diz o ditado que a mentira tem pernas curtas. Esta mentira teve pernas bem longas, durando quase 90 anos. Em 1932, deu-se o início da mentira mais bem sucedida já lançada no Brasil, capaz de enganar intelectuais, laicos, ateus e muita gente séria: o mito de Chico Xavier. De fato, Xavier nunca foi médium. Não que a mediunidade não existisse, mas que o beato de Pedro Leopoldo não estava preparado para isso. Aliás, ele dava sinais claros de esquizofrenia, algo que a esquipe deste blog já aceita como fato real. Muito do comportamento de Chico Xavier se encaixa nos sintomas desta famosa doença psiquiátrica. Xavier nunca passou de um mero beato que queria um lugar para rezar. Gostava praticamente de seguir rituais católicos (da linha medieval, praticada na Minas Gerais no início do século XX) e de ler livros. Escrevia muito bem, embora tivesse pouco conhecimento sobre os fatos cotidianos, demonstrando uma cega confiança na mídia corporativa. Falava com certa dificuldade e tinh