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As armadilhas da nova Filantropia Neoliberal


As elites assistem diante de si o fracasso do neofascismo. Descobriram que não dá para proteger a ganância capitalista e as tradicionais desigualdades por meio de restrições de direitos e da violência. Deu ruim. Foi um flop total! Não convence mais ninguém.

Mas mesmo assim as elites tentarão de toda a forma manter as desigualdades que mantém as riquezas e privilégios exclusivamente nas mãos de uma minoria, mesmo que diante dos olhos da população comece a aparecer um fiapo de preocupação social, que represente pelo menos uma luz no meio do túnel. Eu disse NO MEIO do túnel. No meio de um túnel sem fim.

Com o fracasso da extrema direita, os defensores do mais ganancioso capitalismo, na tentativa de conquistar a opinião pública, agora falam em caridade, filantropia, responsabilidade social, sustentabilidade e outras palavras lindas que no fundo nada significam se ricos continuarem ricos e pobres continuarem pobres.

Mas é preciso conquistar a opinião pública, para que a população, sobretudo os mais pobres, possam aceitar alegremente a "missão" de irem para o abatedouro capitalista, para que os interesses de magnatas isolados em mansões e castelos de luxo possam se manter eternamente intactos.

Só que é preciso criar uma nova aparência para a filantropia neoliberal, já que os antigos paradigmas de caridade já não convencem mais. Deve-se encontrar um meio de convencer inclusive os mais espertos para que estes topem manter alegremente no abatedouro da miséria com algumas migalhas como compensação para a situação indigna que serão obrigados a manter.

Uma intensa campanha envolvendo muita gente de diversos ramos e ideologias se unem secretamente, sob orientação de intelectuais pagos por ricos magnatas, para que seja construída uma falsa campanha de proporções colossais em prol do bem estar da humanidade, mas sem romper com os paradigmas da caridade paliativa que não ameaça os privilégios doa mais ricos.

Nossa equipe tem notado, com apavorada perplexidade, que várias iniciativas, aparentemente independentes umas das outras, que pretendem criar um mutirão de filantropia que impeça o fim das desigualdades. Forças de direita - algumas fantasiadas de "isentas" e até pseudo-esquerdistas - resolveram fazer a sua própria campanha de responsabilidade social, "antes que a esquerda a faça".

ONGs, políticos supostamente progressistas, religiosos, personalidades, todos sob o comando de empresários muitíssimo ricos, resolveram discursar em prol do benefício alheio sem oferecer medidas que mudem o sistema e arranque privilégios e a gorda fortuna de magnatas. Até porque os magnatas interessados na proteção de privilégios estão no comando desta filantropia com ganância.

A iniciativa, que tem a sua religião oficial, o deturpado "Espiritismo" brasileiro, já começa ser posta em prática aos poucos, como reação de suposta indignação ao fracassado neofascismo, que pode ter sido instalado justamente para que as pessoas pudessem aceitar um Capitalismo menos dolorido que o oferecido pela extrema direita.

Não nos enganemos. Estas novas iniciativas podem até trazer algum benefício aos mais carentes. Mas nunca trará a dignidade e muito menos eliminará as desigualdades. É uma campanha farsesca a manter tudo como está, sem parecer cruel diante dos olhos dos mais ingênuos. Até porque se as elites estão no comando, serão elas as maiores beneficiadas destas iniciativas. Aplaudidos por um bando de miseráveis conformados com as migalhas que caírem em suas mãos.

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