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Contra-reforma "Espírita" e o desespero em salvar Chico Xavier e Divaldo Franco

Um novo Pacto Áureo acaba de se firmar. Finge-se jurar fidelidade a Allan Kardec e forçar a associação de dogmas sem sentido com ciência, sempre se empenhando, seja como for, em defender Chico Xavier e Divaldo Franco, mesmo que estes estejam errados em seus pontos de vista.

Com a internet, as discussões que foram tentadas há décadas em tentar eliminar do "Espiritismo" brasileiro os enxertos e equívocos colocados pelos membros da linha igrejeira (a.k.a. Cristã) da doutrina, ganharam força e os devotos de "médiuns" e lideranças afins se sentiram ameaçados de terem que abrir mão da fé e de seus ídolos para continuar seguindo na doutrina. 

Como os devotos de Chico Xavier, Divaldo Franco e Companhia não estavam e nem estão dispostos a mudar de ideia, preferiram lançar mão de uma espécie de contra-reforma. Uma contra-reforma diferente, pois resolveram apelar para cientistas - não para analisar, pois o risco de iconoclastia seria alto - para tentar legitimar não apenas os dogmas sem pé nem cabeça contidos na versão brasileira da doutrina, mas para blindar Chico e Divaldo, transformando-os em, pasmem, "cientistas".

Vários trabalhos tem sido feitos em universidades, com estudiosos sendo cooptados - sabe-se la como - por instituições "espíritas" na tentativa vã de forçar a união entre fé e razão. Melhor dizendo, colocar a fé acima da razão, pois a racionalidade, utilizada de fato, é muito perigosa para os "espíritas", pois revelará a verdadeira farsa em torno dos dois "médiuns" picaretas e tudo que foi feito em torno deles. 

No fim, usa-se a ciência apenas como um "cartório" a autenticar dogmas e "médiuns", criando um falso diferencial de que "aqui, os dogmas já são pré-verificados pela ciência", transformando em "verdade inquestionável" coisas ridículas como " crianças índigo" e "colônias espirituais", ausentes nas obras originais da codificação e impossíveis de serem comprovadas pela lógica e pelo bom senso.

Para os "espíritas cristãos", foi a melhor opção escolhida para tentar reverter a decadência do "Espiritismo" brasileiro, com alto número de apóstatas e sem uma jovem liderança para continuar os trabalhos. A associação artificial com a ciência e a racionalidade foi o caminho optado para tentar proteger os dogmas absurdos e lideranças farsescas, já que admitir erros, para os "espíritas" seriam uma clara admissão de derrota, o que poderia aumentar ainda mais a alta apostasia.

Recentemente, alguns trabalhos universitários tem sido feitos para tentar provar a validade de dogmas "espíritas", numa iniciativa que estranhamente não é tomada pelas outras religiões, satisfeitas em desvincular a fé e a razão. Mas como para "espíritas", a razão, mesmo inerte, é uma boa legitimadora de dogmas, trabalhos pseudo-científicos tem que ser feitos para que os "espíritas" possam se orgulhar das bobagens em que acreditam e lutam para defender.

Tentar retomar as origens kardecianas parece ruim para os seguidores da facção cristã, pois teriam que anular tudo que foi feito até agora, desde a intromissão do farsante Bezerra de Menezes, um roustainguista que enxergava equívocos na obra kardeciana. Torteroli bem que tentou fazer o Espiritismo ser fiel ao original, mas a forte tendência igrejeira dos brasileiros permitiu transformar o "Espiritismo" em uma gororoba doutrinária. 

Parece que a nova missão dos "espíritas" é usar a ciência para legitimar esta gororoba doutrinária, além de usar a caridade - mesmo em assuntos em que ela nada tem a ver - para proteger os farsantes que fingiram a mediunidade para "encorpar" ainda mais a gororoba com mais lavagem (ou farinata, hein Divaldo Franco?) doutrinária. Os dois "médiuns" já estão consagrados como objetos de fanática adoração e seus admiradores teimam em tirá-los dos altares em que foram colocados artificialmente.

Todo o trabalho tem sido exaustivo para salvar a decadente doutrina que sempre traiu o codificador. Recorrer a ciência tem sido um acerto, pois fica ruim contestar algo legitimado por supostas pesquisas científicas, mesmo quando elas não são feitas de fato, servindo apenas de escudo a defender ideias tolas e líderes farsescos para no fundo satisfazer as ilusões de fiéis a acreditar que o deturpado "Espiritismo" brasileiro será a "religião oficial de toda a humanidade". 

Tomara que não, pois estamos cheios de engolir tantas asneiras ditas em livros e palestras.

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