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No Espiritismo original, médiuns não passam de "cobaias". No "Espiritismo" brasileiro, se tornam sacerdotes

A comunicação com os espíritos tem sido banalizada no Brasil. O que deveria ser uma oportunidade de conhecimento do mundo não-material se tornou um desfile de mensagens piegas que em nada esclarecem o que acontece do lado de lá, se convertendo em um entretenimento tosco a excitar aqueles que colocam a fé acima da razão.

Apesar de se auto-afirmar com insistência de que integram uma "religião racional", "espíritas" brasileiros nunca perderam a oportunidade de colocar a fé acima da razão. A atividade mediúnica, que deveria ser usada exclusivamente para pesquisa, tem se tornado um meio de atrair e iludir seguidores, além de oferecer solução fácil para seus problemas e alimentar a histeria daqueles que não se conformam com o falecimento de entes queridos.

Isso tem favorecido a transformação de médiuns (e de "médiuns") em sacerdotes do "Espiritismo" catolicizado (a maneira medieval, bom lembrar), estipulando uma hierarquia frequentemente negada pelos seus seguidores. Em mais uma oportunidade, "espíritas" alegam fazer o que nunca é posto em prática, criando dois "Espiritismos", um prático e outro meramente teórico.

A supervalorização dos médiuns e "médiuns" representa um violenta traição ao Espiritismo original, que enxerga a mediunidade como meio de pesquisa e trata os médiuns como meras cobaias de pesquisa. "Espíritas" odeiam o termo "cobaia" por estra acostumados em ver a mediunidade como algo divino, digno de lideranças intocáveis. Divinismo que acabou por vandalizar a doutrina.

A banalização da mediunidade e sua transformação em um meio de hierarquização tem tirado o foco de sua verdadeira função: a de mostrar como é o mundo espiritual. Graças a falta de pesquisas e da sobreposição da fé sobre a lógica, tudo que temos sobre o mundo espiritual é pura especulação, uma fantasia sem nexo baseada no que conhecemos do mundo material.

A transformação do "Espiritismo" brasileiro em uma religião de fé cega, como quaisquer outras tem arruinado a doutrina original e dificultando a compreensão da realidade, gerando grandes danos na maneira de como a humanidade evolui, contribuindo para perpetuar as injustiças e nosso precário conceito de moralidade, impedindo o progresso do planeta.

Graças a isso tudo, o que resta é louvar médiuns e "médiuns" como divinos sacerdotes, esperando deles conselhos fúteis a resolver com extrema facilidade problemas complexos de nossas vidas. Assim caminha a humanidade e o "Espiritismo" brasileiro. Para tudo permanecer na mesma mesmice.

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