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Os puxa-sacos não entendem Allan Kardec

A fé é a grande trava da razão. Não dá para analisar e acreditar ao mesmo tempo. A fé impede que as coisas sejam verificadas e quaisquer mentiras e contradições se tornam aceitáveis, por mais absurdas que pareçam. 

A transformação do "Espiritismo" brasileiro em uma religião acabou por cegar lideranças e seguidores que, mesmo em nome da ciência (usada apenas para legitimar tolices e absurdos), acabam por abrir mão da lógica e ignorar o que Allan Kardec pesquisou.

Com isso, Allan Kardec, aniversariante de hoje, se tornou um grande desconhecido dos brasileiros. Assim como a ideologia de Jesus Cristo foi distorcida pelos medievais, a de Kardec chegou ao Brasil já devidamente deturpada, com um cientista de formação pedagógica transformado em um reles líder religioso e autenticador de dogmas confusos e contraditórios.

Admira-se Kardec, exalta-se Kardec, mas nunca se segue Kardec. Kardec, que com a mais absoluta certeza reprovaria Chico Xavier e Divaldo Franco, cujos traços se assemelham aos Fariseus citados por Cristo e aos mistificadores citados por Erasto, acabou reduzido a mero objeto de adoração. 

"ESPIRITISMO" SE TORNOU TUDO QUILO QUE KARDEC QUERA COMBATER

Embora grande maioria de seguidores e admiradores do "Espiritismo" brasileiro adore algemar Allan Kardec nas duas figuras nefastas de "médiuns"-estrelas, é extremamente oposto o repertório dogmático do que é feito no Brasil com as descobertas de Allan Kardec, estas feitas as custas de muito esforço intelectual e gasto financeiro e físico, tendo que trabalhar doente.

Todo este esforço foi jogado na incineradora e mandado no espaço, pois o "Espiritismo" brasileiro se tornou tudo aquilo que Allan Kardec queria combater. Desde que chegou ao Brasil há mais de 130 anos, líderes vandalizaram a doutrina, inserindo um monte de ideias estranhas a doutrina original:
- Primeiro se fantasiando de "católicos" para fugir de punições.
- Segundo, para incorporar a crença pessoal dessas lideranças. 
- Terceiro, para criar um ecumenismo que serviria de isca para atrair o maior número de seguidores o possível, aumentando o rebanho e concretizando o arrogante dogma de "religião oficial de toda a humanidade".

O "Espiritismo" brasileiro virou uma bagunça. Claro que existem teóricos, como Herculano Pires, Deolindo Amorim, Sérgio Aleixo, Ricardo Sardinha, Dora Incontri e o saudoso José Barboza, que tentam consertar tudo na esperança de devolver para a doutrina as suas características originais. 

Mas a racionalidade original não atrai público e transformar a doutrina em um igreja foi benéfico para lideranças, que angariam popularidade e diversos tipos de benefícios, inclusive financeiros (embora a opinião púbica deteste admitir este último aspecto, acreditando ver nas lideranças algo que super a perfeição moral além da intelectual).

ANIVERSÁRIO TRISTE. MAS COM TORTA NA CARA

Portanto, hoje, como tem sido desde que  doutrina chegou o Brasil um aniversário bem triste. Apesar de ter se esforçado em criar uma doutrina progressista, Kardec viu sus ideias se diluírem em um gororoba de fé cega e misticismo que ilude muitas almas indispostas a analisar  aquilo que acreditam.

Se algum "espírita" brasileiro desejar parabéns a Allan Kardec, pode estar certo de que é hipocrisia. O melhor que os "espíritas" brasileiros podem dr  Kardec é um torna na cara, como nos velhos pastelões. Só que este pastelão não tem a menor graça.

Pobre Kardec. Seus puxa-sacos não conseguem entende-lo...

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