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"Espíritas" de esquerda agem como bolsominions, se esforçando para defender contradições

Os estereótipos relacionados com o "Espiritismo" brasileiro são na verdade baseados no que conhecemos da doutrina original, codificada na França e deturpada no Brasil. Mas quem defende estes estereótipos se esquece do alto nível de conservadorismo da versão brasileira, que condena aborto, criminaliza o suicídio, exalta a Teologia do Sofrimento e tolera as desigualdades sociais.

A fama de ser uma religião altamente caridosa (como se ela tivesse patenteado para si a filantropia e a assistência social) distorceu ainda mais a compreensão da opinião pública fazendo com que muitos pensassem se tratar de uma religião moderna e totalmente progressista, o que não é verdadeiro.

O conservadorismo do "Espiritismo" brasileiro é fato e deve ser levado em conta na hora de analisar a atitude de personalidades ligadas ao meio. Até a caridade praticada por instituições "espíritas" segue a mesma linha de ONGs capitalistas, com base na filosofia de "confortar os aflitos sem afligir os confortáveis", ou seja, sem prejudicar a ganância dos mais ricos. 

Mas muitos progressistas se agarraram nos falsos estereótipos construídos em torno do "Espiritismo" brasileiro achando que a mesma seria uma mistura do Espiritismo original com a Teologia da Libertação difundida por padres progressistas brasileiros na década de 1970.

A fama de "religião da caridade" deu uma ilusão de que a doutrina brasileira seria totalmente integrada por ativistas sociais que supostamente apoiariam políticas progressistas e dedicariam 100 de seu tempo de 100% do dinheiro arrecadado ao benefício dos mais pobres, numa atividade que até agora não conseguiu apresentar resultados realmente práticos de mudança social.

A ausência de resultados significativos mostra que a caridade praticada pelo "Espiritismo" brasileiro e que lhe serve de "escudo" de defesa diante das inevitáveis críticas recebidas, não difere muito do altruísmo defendido pela direita brasileira e mundial. A adesão de progressistas ao "Espiritismo" brasileiro se dá através da má informação, da ingenuidade e até mesmo da necessidade de satisfazer um fanatismo religioso, se agarrando a ídolos e a conceitos considerados agradáveis e benéficos.

BOLSOMINIONS DE ESQUERDA

Um fenômeno curioso acontece com os "espíritas" de esquerda. Mas antes é preciso esclarecer uma coisa: existem espíritas e "espíritas". Os que seguem Chico Xavier e tudo que é feito no Brasil se encaixam no segundo grupo, pois o pensamento e as obras do "médium" mineiro chocam violentamente com o pensamento de Allan Kardec, embora poucos percebam isto por nunca confrontarem as obras de ambos, seja por preguiça, seja por medo de destruir convicções pessoais.

Há espíritas legítimos, que não reconhecem Chico Xavier e o repertório dogmático brasileiro, como Sérgio Aleixo e Dora Incontri, que seguem o pensamento progressista nos assuntos relacionados com economia, política e direitos humanos. Mas é bom destacar: eles não seguem o "Espiritismo" brasileiro e sim a versão original francesa, mais coerente com o pensamento progressista, do contrário da versão brasileira, claramente conservadora.

Os esquerdistas que seguem a versão brasileira cometem um grave equívoco, pois se adaptam a difícil missão de unir contradições, na tentativa sempre frustrada de provar que as coisas podem ser e não ser ao mesmo tempo. Para quem segue o "Espiritismo" brasileiro, a lógica é dispensável e a ciência serve apenas para legitimar o dogmatismo da versão brasileira, cheia de teses sem pé nem cabeça, além de bastante conservadoras.

Ah, importante dizer isto: se esquecem os "espíritas" de esquerda que o Chico Xavier expressou pontos de vista reacionários, atacando as classes proletárias diante de uma grande audiência no programa Pinga Fogo da TV Tupi, em 1971, além de ter elogiado, no mesmo programa, a ditadura militar, na época em sua fase mais cruel. 

Por defender algo que é bastante contraditório, os "espíritas" de esquerda agem de forma confusa e não raramente odiosa, pois se desesperam ao tentar comprovar absurdos, já que o que eles defendem ameaçam de forma violenta qualquer tipo de lógica. 

É muito comum ver adeptos esquerdistas de Chico Xavier apelarem para ofensas e postagens agressivas para defender seus pontos de vista sem sentido, já que defendem ideias vindas de um conservador retrógrado, educado no catolicismo medieval dominante em sua juventude mineira e cuja formação o permitiu inserir dogmas retrógrados no "Espiritismo" brasileiro, travando qualquer tipo de evolução espiritual, reduzindo-a a um altruísmo frouxo e quase inerte.

Não dá para agir calmamente tentando defender contradições. O "Espiritismo" brasileiro quase nada tem do original (praticamente apenas a crença na vida pós-morte e na comunicação com os mortos) e os esquerdistas que defendem a versão brasileira, como o líder Franklin Félix (possível sucessor do direitista Divaldo Franco, com quem compartilha pontos doutrinários igrejeiros) são defensores de uma contradição.

O que não acontece com os "espíritas" de direita, como o famoso ator Carlos Vereza, o líder Carlos Bacelli e o próprio Divaldo, que entenderam o conservadorismo dos dogmas inseridos pela versão brasileira da doutrina. Contraditórios são os espíritas (sem aspas) de direita (como os membros do NEFCA e o niteroiense Artur Azevedo), que renegam Chico Xavier e seus dogmas, mas tentam enxergar no progressista Allan Kardec um conservadorismo retrógrado que só existe no Brasil.

Voltando aos "espíritas" de esquerda, um recado: não adianta tentar apagar o que o retrógrado e assumidamente direitista Chico Xavier, patrono e ideólogo do "Espiritismo" brasileiro, disse e escreveu, para tentar, através da FAKE NEWS inventar que o "médium" mineiro era esquerdista e não poderia sê-lo por causa da ditadura.

Os argumentos de quem defende o "esquerdismo" de Xavier não somente são subjetivos como bastante alucinados e se verdadeiros, Xavier teria sido censurado e punido de forma muito diferente que os outros democratas (não apenas de esquerda) eram censurados e punidos.

Na verdade, os "espíritas" de esquerda agem como bolsominions, defendendo incansavelmente seu "bonzinho favorito", um "médium" retrógrado que praticou vandalismo doutrinário, transformando o que deveria ser uma doutrina progressista em uma gororoba piegas recheada de contradições. Por isso agem como minions: defender contradições como se fossem algo lógico necessita de muito fígado ativo, já que o cérebro, livre do "tóxico do intelectualismo", já deixou de pensar há cerca de 135 anos.

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