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Esquerdistas transformam Lula em Liderança Religiosa

Enquanto as populações de outros países levam os problemas político-econômicos a sério, lutando de forma enérgica contra governos direitistas autoritários, um grupo de esquerdistas brasileiros, com ajuda de lideranças religiosas decidiram apelar para a fé cega na tentativa vã de recorrer ao surreal para que os problemas brasileiros sejam resolvidos em um passe de mágica. 

Através do livro Lula e a Espiritualidade (eufemismo para Religiosidade), organizado pelo jornalista e ativista religioso Mauro Lopes (um religioso de esquerda que tem curiosamente com o mesmo sobrenome de um ateu de direita, Paulo Lopes, quando sabemos que ateísmo combina mais com a esquerda e religião com direita), religiosos de esquerda usam a fé cega para celebrar a liberdade de Lula e manifestar seu desejo enrustido de uma Teologia de esquerda.

Para completar o festival de curiosidades, o livro traz dois atos falhos (quando acaba se dizendo o que não deveria ser dito): a capa escura que mostra uma sombra de Lula, em que vista de diferentes ângulos, faz a imagem do ex-presidente desaparecer, dando lugar a um fundo preto vazio, sugerindo que Lula irá desparecer da cena política e uma foto no interior do livro onde aparece Lula vestido como se fosse um bispo da universal, com um crucifixo pendurado no pescoço. 

Isso significaria que Lula não seria mais presidente e sim um líder religioso de um Brasil entregue nas mãos do direitismo moderado de Luciano Huck (este outro devoto religioso)? Sim, porque a ausência de combatividade e a sua substituição por um ecumenismo pacífico (e passivo), contando com a participação de lideranças religiosas interessadas em usar Lula e seu esquerdismo moderado promover suas seitas, atraindo mais fiéis.

Isso acontece na contramão das nações mais evoluídas, empenhadas em eliminar a religiosidade do mundo. A religiosidade - chamada no livro de forma eufemística de "espiritualidade" - é totalmente baseada em lendas surreais e em promessas que nunca se cumprem, com base na crença de uma liderança universal nunca comprovada como real, um Gigante Invisível que manda na humanidade de forma semi-tirana e vive se escondendo em algum lugar do espaço sideral.

Enquanto na Escandinávia e em países como a Holanda e Nova Zelândia, a fé vai perdendo força, sendo substituída pela lógica realista, brasileiros ainda continuam a acreditar nestes contos-de-fadas para adultos, pensando que entidades sem comprovação de existência serão os responsáveis por melhorar o Brasil e o mundo, com os fiéis de mãos postas esperando que seres tão reais quanto Mickey Mouse lutarão no lugar da população, melhorando tudo em um passe de mágica.

BOLÍVIA QUER UMA TEOCRACIA DE DIREITA; BRASIL QUER UMA TEOCRACIA DE ESQUERDA

Para aumentar mais ainda a relação entre tudo que está acontecendo e que pode "canonizar" Lula ao invés de levá-lo à condução do país, bom lembrar que os esquerdistas que corroboram com o conteúdo do livro Lula e a Espiritualidade querem a mesma coisa que os golpistas bolivianos, em que pese o lado oposto da orientação política: uma Teocracia.

Teocracia é quando o estado renega sua laicidade e passa a governar em nome de uma divindade e cujo rol de leis é guiado por dogmas religiosos. O golpe da Bolívia tem deixado bem claro seu anti-laicismo e vários golpistas bolivianos posam com Bíblias na mão, com frases anti-demônios, desejosos de ver Deus ou qual divindade que seja governando o país, tendo o presidente ou alguma liderança política convertida em "enviado divino" a instalar uma teocracia no país.

Os esquerdistas brasileiros demostraram de forma discreta, mas ainda clara, de que desejam também uma Teocracia. Não uma Teocracia ligada a uma seita definida, como a dos golpistas bolivianos, ligados, parte ao Catolicismo Medieval, parte ao Protestantismo Neo-pentecostal. Mas uma Teocracia ecumênica, numa gororoba de crenças que não deixa de entregar a governabilidade a uma Gigantesca Divindade Invisível que governaria com país usando dogmas religiosos como leis.

E um alerta: não há nada mais eficaz para imobilizar as massas que a religiosidade. A fé em estórias mirabolantes, seres surreais e teses sem pé nem cabeça não exige esforço, é pacífico e não destrói valores e instituições construídas pela direita. Se por um lado é difícil lutar, por exigir esforço e rompimento com valores pessoais considerados positivos, é fácil ter fé, sentado e parado, esperando ajuda vir daquilo que só existe dentro de nossas mantes ainda ingênuas e pueris.

É a melhor forma de manifestação sem incomodar a gananciosa direita, que assiste alegre de longe um bando de alucinados a orar, enquanto grandes magnatas continuam a enriquecer com as mudanças de leis e com a especulação bancária, tranquilos pela ausência do perigo de ver esquerdistas furiosos a destruir seu patrimônio.

Graças à religiosidade de esquerdistas, um clima de pueril otimismo se instala entre a esquerda brasileira, o que pode ser perigoso para as forças progressistas, pois pode alimentar a desejada inércia e facilitar para que a extrema-direita parta para ataques ainda maiores (não esqueçam do auto-golpe ameaçado por Bolsonaro, secretamente em planejamento nos bastidores de seu governo). 

PUERIL OTIMISMO QUE PODE CANONIZAR LULA, MAS TIRÁ-LO DA CORRIDA PRESIDENCIAL

Este pueril otimismo acabará por cegar a esquerda, desejosa de uma Teologia pseudo-progressista (não existe Teologia progressista, pois não há nada mais retrógrado que a associação entre fé e estado), que assistirá, decepcionada ao desenvolvimento de outra Teologia, de direita, a causar estragos no país em nome de Deus, com o propósito da "demoníaca" esquerda, que apela para a religiosidade como uma espécie de guarda-chuva a proteger da chuva fascista.

Mas não se preocupem. O Deus de Lula e o Deus de Bolsonaro é exatamente o mesmo. Não se sabe de que lado Ele está. O que se sabe é que este Deus quer a falência do Brasil. Se o oposto fosse verdade, o Brasil seria uma potência por causa do fato de ser o mais religioso do mundo. Mas como oramos, oramos, oramos e nada, resta afundarmos e transformarmos as orações em nossos "famous last words" e assumir a derrota. 

A História comprovou que misturar religião com política sempre foi um fato nocivo para a humanidade. Será que Mauro Lopes e seus amigos líderes religiosos se esqueceram disto? Ou querem mesmo arrebentar com o Brasil (acreditando que Deus irá reverter quaisquer danos causados pela irresponsabilidade teocrática) e impedir que Lula se torne presidente? Possível. Veremos Bolsonaro e Lucano Huck disputando a vaga presidencial no segundo turno, enquanto Lula segue sendo canonizado no Vaticano, como um santo. Amém?

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