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Carlos Vereza pula fora do barco do bolsonarismo. "Espíritas" de esquerda comemoram

O ator e ativista de extrema-direita Carlos Vereza, que é o mais famoso adepto do "Espiritismo" de Chico Xavier - este também militante de direita, durante a vida - anunciou que está pulando fora do barco do Bolsonaro.

"Estava tentando defender Bolsonaro, não tanto por ele, mas pela normalidade das instituições. Mas ele desautorizar publicamente o ministro da saúde por ciúmes, não dá mais: tirei o time", declarou o ator, que sempre apoiou o Capitalismo que contradiz a proposta de caridade alegada pela religião que segue.

Mesmo decepcionado, considera Bolsonaro um homem honesto: "Não tomo essa decisão por cansaço. O que me motiva a escrever para poucas pessoas, é estar constatando a invasão de uma horda de bárbaros, quadrúpedes fanatizados, filhotes sectários formados pelo populismo do honesto mas egocêntrico Jair Messias Bolsonaro".

Nos portais onde a notícia foi publicada, comentários de internautas comemoram a saída de Vereza alegando que um "espírita" não poderia apoiar um governo tão cruel. Alguns "espíritas" de esquerda consideraram a atitude como uma espécie de conversão ideológica, pois vários deles ingenuamente, sem ler as obras tanto do mestre Allan Kardec quanto do picareta Chico Xavier, para saber quem pensa o quê sobre a doutrina.

Grande engano achar que o "Espiritismo" brasileiro é de esquerda. Chico Xavier, patrono desta papagaiada toda, apoiou sem restrições, a ditadura militar na pior fase, quando nem o direitista mais convicto apoiava. Dogmas inseridos no "Espiritismo" brasileiro, infiel a Kardec, são tipicamente direitistas, como a hierarquização da humanidade, a apologia ao sofrimento e a criminalização do aborto, da eutanásia e até mesmo do suicídio.

Mas como a opinião pública conhece o "Espiritismo" com base em mitos (sobretudo no mito da caridade infinitamente incansável e da fé "intelectualizada"), pouca gente sabe disso. O que favorece a adesão de muitos esquerdistas ingênuos, que tratam o "Espiritismo" tupiniquim como "um ativismo de esquerda em forma de religião". O original francês pode até ser, mas o brasileiro, não!

Mesmo assim, o pau está comendo nos comentários, pois sempre aparece algum sensato alertando para a vigarice de Chico Xavier e para o conservadorismo de vários dogmas, contradizentes com a caridade alardeada a todos os cantos por "médiuns" e palestrantes "espíritas".

Mas não se animem com Carlos Vereza. Ele vai continuar direitista até a hora de seu "desencarne".  É a sua ideologia da paixão, coerente com a sua fé conservadora. Resta saber se a opção por uma ideologia tão anti-humana o fará ir para a pedreira do Umbral ou para o shopping center celeste relatados na obra de ficção Nosso Lar.

Não acreditamos em Umbral e em "colônias espirituais" (paraíso), reinterpretações de dogmas puramente católico/evangélicos. Mas se existisse, nós sabemos para onde Vereza iria, pela sua "preocupação humanitária".

Sabe-se que Chico Xavier, do contrário que muitos pensam, está batendo picareta em pedra na pedreira, como resposta ao fato de ter enganado muita gente e limitado a sua caridade em dar migalhas aos pobres. Xavier vai ficar feliz em ver o amigo lhe ajudar no famoso no honroso trabalho imposto no Umbral.

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