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"Espiritismo" é respeitado porque os seus escândalos "você não vê na Globo"

O "Espiritismo" brasileiro goza de um respeito ao mesmo tempo formal e carinhoso. Fora de seu ambiente, nunca é citado como fonte de escândalos, sendo tratada como a religião mais honesta, mais humilde e mais moderna do mundo. esta fama é tamanha a ponto de angariar respeito até mesmo de outras religiões, de laicos e até mesmo de ateus. Sabem de nada, inocentes.

Uma doutrina de dogmas contraditórios, que nasceu da deturpação daquilo que era para ser uma ciência mas se transformou em uma seita religiosa como outras quaisquer já daria um bom escândalo. Mas muita coisa acontece nos bastidores que se reveladas, fariam Edir Macedo e Silas Malafaia parecerem os homens mais humildes e honestos do mundo, verdadeiro seguidores das orientações cristãs.

Mas porque a opinião pública reserva um respeito honroso e um tanto heroico ao "Espiritismo" brasileiro? Simples, porque seus escândalos, seus erros e toda a confusão de bastidores não é divulgada pela mídia. Nem pela corporativa e nem pela mídia alternativa (esta que deveria se esforçar em denunciar as farsas da doutrina brasileira).

Não há interesse de qualquer líder midiático de derrubar lideranças "espíritas". Mesmo com revelações recentes de que Chico Xavier e Divaldo Franco nunca passaram de vigaristas exploradores da fé alheia, nada é feito. Nenhuma denúncia chega ao conhecimento da opinião pública.

A mídia prefere passar panos nestas denúncias, tratando-as como algo subjetivo, deixando que os próprios envolvidos na polêmica se virem para resolver sobre o que é ou não verdadeiro. Um passar de panos que acaba favorecendo os vigaristas, já que nada é denunciado, validando a tese consagrada de que tais vigaristas são "espíritos superiores enviados por Deus para melhorar a humanidade".

Nada se ouve na mídia que pudesse corrigir estes graves erros do "Espiritismo" brasileiro. Somente em Friburgo/RJ, em uma televisão local, se tentou, através do intelectual espírita (sem aspas) José Manoel Barboza ("Zé Manel" para seus admiradores, como a equipe deste blog), difundir uma visão mais realista da doutrina, desmascarando os erros da versão brasileira. Mas Zé Manel morreu em 2013 e o trabalho, que poderia se expandir, morreu na praia.

MÍDIA ALTERNATIVA, CÚMPLICE DA DETURPAÇÃO?

Curioso que nem mesmo a mídia alternativa se dispõe a desmascarar o "Espiritismo" brasileiro. Sem perceber que a versão igrejeira é diferente da versão original, mais científica, sites progressistas contratam colunistas das duas formas de "Espiritismo" - pensando ser uma só - e reforçam a confusão ao invés de desfazê-la, dando oportunidade aos igrejeiros de reforçar seu repertório de ilusões.

Portais como o 247, o GGN, o Carta Capital, entre outros, corroborando o mito de que o "Espiritismo" brasileiro (este codificado não por Kardec, mas pelo beato Chico Xavier) é uma religião honesta, humilde e moderna, decidiram contratar colunistas para falar mais sobre os delírios igrejeiros e a moralidade medieval, ao invés de combatê-la.

Isso permite fatos como o que aconteceu nas proximidades do lançamento do filme-farsa sobre Divaldo Franco, em que admiradores do "médium" (robôs?) encheram a caixa de mensagem pedindo que o portal esquerdista 247 fizesse divulgação do filme. Detalhe: isso ocorreu após |Divaldo assumir seu direitismo nojento, coerente com o seu moralismo arcaico, declarando seu apoio a Bolsonaro, com direito a elogios, desmascarando o falso mito de que o baiano seria clarividente.

Puxa, pelo menos a mídia alternativa deveria tomar coragem e investigar os podres do "espiritismo" brasileiro, cuja caridade nunca foi além do reles assistencialismo paliativo. Estigmatizados como "ativistas sociais", "espíritas" são blindados por esta fama, apesar de nunca terem se esforçado no mínimo para acabar com as desigualdades. O que para eles é bom: as desigualdades reforçam a seita pois sempre haverá uma mão a pedir ajuda a "espíritas", aumentando assim o "rebanho" de fiéis.

Enquanto a mídia, seja a corporativa (TVs, rádios, jornais e revistas), seja a alternativa (sobretudo a mídia progressista) não denunciar os podres do "Espiritismo" brasileiro, a religião mais desonesta do mundo (por causa de seus dogmas contraditórios), esta continuará ganhando respeito incondicional de uma multidão de mal informados. Porque seus erros "você não vê na Globo". Nem em lugar nenhum.

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