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O "Espiritismo" brasileiro e o caráter de seus seguidores

O Capitalismo brasileiro está pelado, nu com a mão no bolso. Já é fato conhecido de que as nossas elites e parte mais abastada da classe média são gananciosas, sádicas, preconceituosas. Além disso, são saudosas dos tempos de escravidão, quando não precisavam pagar alguém para fazer o trabalho duro que esta elite, que também é preguiçosa, se recusa a fazer.

Mas o que acha o "Espiritismo" brasileiro, cujos 90% dos seguidores pertencem a esta mesma elite muito bem vivida? Será que as orientações da doutrina conseguem converter as elites, tornando-as pessoas mais humans e altruístas? E que tipo de orientações estas elites recebem durante palestras e cultos? São perguntas que vamos tentar responder nesta postagem.

Vamos tentar responder primeiro a segunda pergunta, pois ficará mais fácil de entender o que está acontecendo e de responder a primeira pergunta. As orientações recebidas por estas elites durante palestras e cultos são inúteis na tentativa de converte-las e retirá-las de seu mau-caratismo. Até porque se trata do "Espiritismo" brasileiro e não do original francês.

Embora estigmatizada na opinião pública como uma religião progressista e altruísta, o "Espiritismo" brasileiro é retrógrado e nada caridoso. A caridade, repetida ad nauseam, é reduzida a uma forma precária, da mesma forma que é feita durante catástrofes. 

Ao invés de se tirar as pessoas da pobreza, cria-se um meio paliativo de suportá-la, sempre na esperança de que os mesmos pobres buscarão novamente ajuda, dando oportunidade das lideranças "espíritas" de convertê-los religiosamente (como índios catequizados) e contabilizá-los como aumento do rebanho "espírita".

Com isso, acabam contradizendo o papo de que "espíritas" não querem aumentar a quantidade de seguidores nem converter ninguém. Embora os mesmos sonhem com uma humanidade totalmente "espírita" (devota de Chico Xavier) em um futuro remoto. Quanta contradição!

Mas a maior de suas contradições é ver uma religião supostamente altruísta - a ponto da opinião pública atribuir a ela a patente da caridade - ter em seu elenco de seguidores, representantes das mais gananciosas pessoas da sociedade. E o que a doutrina brasileira acha disso?

Simples: acha que vai conseguir convertê-la. Lideranças e palestrantes "espíritas" acham que vão conseguir tocar os corações duros dessas elites, consideradas as "reencarnações dos homens bons, premiados com a prosperidade na vida atual", com lendas lindas e mensagens piegas de amor e paz. Na verdade estão dando a oportunidade dessas elites fugirem da realidade e se considerarem caridosos só porque assimilaram estas estórias lindas.

Isso acaba dispensando essas elites de praticar o verdadeiro altruísmo, que é o de criar meios para que pessoas carentes saiam definitivamente de sua situação desgraçada. Ao invés disso, preferem amenizar e acreditar que a simples doação de poucos bens e alimentos irá "canonizar" essas elites como "benfeitoras", comprando um lugar bem confortável em "Nosso Lar", o "céu" dos "espíritas".

Isso mostra que o "Espiritismo" brasileiro, totalmente divorciado do Espiritismo original, embora viva bajulando-o sem cessar um só segundo, é uma doutrina malandra, hipócrita e que usa a caridade para se promover e lucrar muito com ela, além de dar oportunidade de um bando de gananciosos conservadores brincar de altruísmo e de modernidade, nada fazendo para que a humanidade progrida.

Está mais do que na hora desta versão fajuta da doutrina ser extinta e retomar o Espiritismo original. Jogar a santíssima trindade Bezerra-Chico-Divaldo na lixeira e recuperar o caráter científico da doutrina original. Assim, as elites gananciosas perderão a oportunidade de se enganar e enganar os outros com caridade malfeita, sob (des)orientação de dogmas absurdos e contraditórios.

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